Marcelle Pons: “Avaliação do comportamento de adoção inter e intraespecífico em animais”
Resumo: A adoção é o cuidado parental direcionado à filhotes ilegítimos, até que estes estejam aptos para sobreviverem sozinho, podendo ocorrer tanto em cativeiro quanto na natureza. Procurou-se responder se este comportamento é comum, supondo que a frequência de casos seja maior em aves e mamíferos. O objetivo do trabalho visou quantificar as ocorrências do comportamento de adoção inter e intraespecífica, em animais cativos e livres, no mundo. Os relatos foram recolhidos através de contato com zoológicos, relatos pessoais e entrevistas a profissionais, e quantificados em planilhas possibilitando a comparação entre eles. Os resultados provaram que adoções interespecíficas tiveram valores mais significativos, assim como se demonstrou que a indução do comportamento é realizada devido, principalmente, ao abandono realizado pela progenitora. Sugere-se que o comportamento é desencadeado por fatores ambientais, fisiológicos e genéticos, além de interações sociais. Pode-se concluir que o mecanismo é frequente, porém, necessita de maiores estudos para explicar sua real motivação.
Poliana Grafi: “Análise etológica dos padrões de estereotipia e Transtorno Compulsivo em animais cativos”
Resumo: Estereotipias são comportamentos repetitivos e persistentes, sem função aparente que são comumente observados em animais de cativeiro. Padrões estereotipados têm sido observados em vários grupos, como o balançar a cabeça e pescoço em cavalos, mastigação em porcos, arrancar as penas em aves e catação em primatas, esta uniformidade sugere uma base biológica comum com funções filogeneticamente definidas. O presente estudo se propôs a investigar a presença ou não de padrões de estereotipia entre os animais em cativeiro a partir de artigos e entrevistas, verificando as relações das estereotipias com variáveis a partir da filogenia, hábito e habitat. Com base em 25 artigos e 19 entrevistas com profissionais, os resultados mostraram correlações entre tipos de estereotipia e táxon, fase de desenvolvimento e hábito alimentar, revelando assim uma maior influência destas variáveis no comportamento estereotipado. Os resultados das entrevistas e artigos mostraram uma relação maior entre os táxons e fase de desenvolvimento, qualidade do recinto e hábito alimentar com os tipos e classes de estereotipias se comparado com outras variáveis tais como sexo, recinto compartilhado ou exclusivo ou histórico dos animais. Tais resultados também coincidem com as desordens comportamentais em humanos, podendo contribuir para a melhor compreensão destas. Sendo assim o trabalho cumpriu seu objetivo encontrando padrões nas estereotipias em animais de cativeiro coincidindo com o encontrado na literatura.
José Renato de Oliveira Mascarenhas Rabello: “Influência da dieta e do espaço físico sobre o desenvolvimento pós-embrionário de Phoneutria nigriventer KEYSERLING 1891 (Araneae, Ctenidae)”
Resumo: No presente estudo, avaliou-se a influência da quantidade alimentar e disponibilidade espacial no desenvolvimento pós-embrionário e na sobrevivência de Phoneutria nigriventer. Duzentos e quarenta filhotes foram individualizados em recipientes plásticos transparentes. As variáveis dos tratamentos fornecidos foram; muita comida, pouca comida, pote grande e pote pequeno, com o objetivo de verificar o crescimento, quantidade de ecdises, duração de dias em cada instar, tempo total de vida e mortalidade. Dezessete aranhas alcançaram a fase adulta, variando significativamente entre os tratamentos em dias número de ecdises, mortalidade, crescimento e tempo necessário para atingir a fase adulta, a duração dos instares não teve uma diferença significativa entre os tratamentos. O espaço parece ter influenciado pouco no desenvolvimento de P. nigriventer, no entanto, a influência do espaço parece ter uma relação importante na sobrevivência, pois das dezessete adultas de P. nigriventer, apenas duas eram de recipiente pequeno. O grupo que teve o pior resultado de criação foi o de muita comida com recipiente pequeno, uma vez que nenhuma das aranhas deste grupo chegou à fase adulta, isso se deve provavelmente ao estresse sofrido pela aranha do contato direto e constante com o alimento, recebendo pouca comida em recipiente pequeno, o índice de sobrevivência foi melhor, possivelmente por não sofrerem tanto com o estresse da presa constantemente perto.
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