E o PIBIC.... esqueceu?


No mês passado ocorreu na PUCPR o SemiC – Seminário de iniciação científica – eu não tive tempo de postar os resumos, mas vou fazer isso mesmo que atrasado, pois acho importante divulgar os nossos trabalhos e nos colocar a disposição para novas parcerias. Aproveito também para parabenizar o desempenho e dedicação dos meus três alunos.

Giovana CasagrandeBIOQUÍMICA AO LONGO DO DESENVOLVIMENTO PÓS-EMBRIONÁRIO

Resumo: O gênero Loxosceles se caracteriza por possuir espécies potencialmente sinantrópicas e causadoras de acidentes com humanos. O conhecimento de como armazenam os principais nutrientes pode subsidiar a compreensão dos fatores que favoreceram o sucesso de ocupação dos substratos antrópicos, principalmente no município de Curitiba, Paraná. Objetivou-se analisar a constituição de lipídeo, carboidrato e proteína durante o desenvolvimento pós-embrionário bem como em machos e fêmeas e correlacionar com o ecológico de cada fase do desenvolvimento. Método: O estudo foi realizado no Núcleo de Estudos do Comportamento Animal e no laboratório de Bioquímica da PUCPR. As aranhas nasceram e foram criadas em laboratório a fim da padronização da amostra, para tal foram utilizados 294 indivíduos, sendo 90 do instar I, 60 do instar II, 45 do instar III e IV, 30 do instar V, 12 machos e 12 fêmeas. A quantidade de lipídeos manteve-se constante ao longo do desenvolvimento das aranhas, sendo maior no instar V e na fêmea e menor no macho. Enquanto que em carboidratos e proteínas foi registrado aumento gradativo até o instar V, sendo maior na fêmea e menor no macho. Conclusão: Esses resultados sugerem que devido a um hábito errante e generalista as aranhas não armazenam o excesso de nutrientes na forma de lipídeos e que a grande quantidade de proteína e carboidrato da fêmea parecem estar relacionados com a mobilização de nutrientes para reprodução. Enquanto que os machos apresentam baixa alocação de nutrientes devido a se alimentarem pouco, terem uma curta existência e mobilizarem a energia para busca por cópulas. Os dados do presente estudo subsidiam a hipótese infestação de L. intermedia em Curitiba é devido a um hábito generalista e errante, alocando o excedente de nutrientes em forma de carboidrato, o qual juntamente com a proteína maximiza a reprodução.

JHONATAN RODRIGUES DE LIMA “DIAGNÓSTICO DA POPULAÇÃO DO CARAMUJO GIGANTE AFRICANO ACHATINA FULICA PRESENTE NA ÁREA RURAL DE GARUVA, SANTA CATARINA, BRASIL”

Resumo: O caramujo gigante africano é uma das 100 piores espécies invasoras do mundo e tem causado danos ambientais econômicos e de saúde publica. Inúmeros aspectos ecológicos da espécie já foram estudados na área urbana e na mata nativa, porém não existem diagnósticos de populações presentes no ambiente rural nem tão pouco dados do estado de Santa Catarina. Assim o presente estudo teve como objetivo diagnosticar e caracterizar a população de caramujos africanos presentes no município de Garuva, Santa Catarina ao longo de um ano. Para tal foram realizadas amostragens de 30 minutos de procura ativa diurna por animais presentes em quatro pontos: beira de rio, barranco com vegetação e solo arenoso, barranco em beira de estrada e estrada de saibro. Os animais foram medidos, realizada a caracterização das conchas, registrada a atividade e verificada a maturidade das gônadas. Os dados revelam que a dinâmica populacional, caracterizada pelo tamanho, maturidade e freqüência de animais vivos, varia ao longo do ano, indicando a existência de sazonalidade e marcando a fase de reprodutiva mais efetiva no verão e outono. Uma vez que, nessa estação foram registradas maior proximidade entre os animais, maior freqüência de caramujos maduros e maior atividade. O número de animais foi menor do que o registrado na área urbana de municípios paranaenses, provavelmente por se tratar de uma população re-ssurgente das enchentes de 2008 que destruíram a região. O presente diagnóstico constituiu de uma importante colaboração para caracterização da espécie no estado de Santa Catarina e em uma situação ambiental diferente das descritas até então, subsidiando as hipóteses de que essa espécie invasora utiliza-se de estratégias similares para resolver diferentes problemas ambientais, logrando sucesso na colonização mesmo diante de substratos pouco favoráveis e sobrevivendo a grandes alterações ambientais.

TASHI DE FÁVERI TORRESEFEITO DE BORDA SOBRE A ESTRUTURA DA POPULAÇÃO DA ARANEOFAUNA ASSOCIADA À BROMÉLIAS –TANQUE”

Resumo: As bromeliaceae são epífitas endêmicas da região Neotropical, que possuem folhas dispostas em rosetas formando um microhabitat compartilhado por inúmeros animais. As aranhas usam a arquitetura da bromélia como sítios de nidificação, forrageamento e abrigo, sendo que algumas espécies utilizam-na como habitat exclusivo. Hipotetiza-se que as bromélias proporcionam um microhabitat estável o suficiente para amenizar impactos ambientais como o efeito de borda. Assim, objetivou-se caracterizar a comunidade de aranhas presentes em bromélias ocorrentes nos fragmentos de interior e borda de floresta. Além da categorização de trabalhos publicados, foram realizadas duas amostragens nos Mananciais da Serra, município de Piraquara, Paraná, sendo uma na estação úmida e a outra na seca. Foram avaliadas cinco bromélias na borda, cinco no interior e cinco na faixa intermediaria em cada estação, sendo registrados dados ambientais, dados físicos da bromélia e comunidade de aranhas. Embora os trabalhos com associação entre bromélias e animais sejam comuns, devido à facilidade na amostragem e importância do tema, foi verificada uma metodologia bastante variável o que dificulta comparações. Nas amostragens de campo, embora tenha ficado evidente o efeito de borda nas variáveis ambientais como luminosidade, temperatura e umidade, a estrutura física da bromélia não foi afetada. Já as aranhas, embora caracterizada por poucos indivíduos e principalmente jovens, foram mais frequentes em bromélias localizadas nas bordas independentes da estação do ano, sugerindo que um local mais aberto com mais luminosidade pode favorecer a interceptação de presas, bem como a utilização do microhabitat oferecido pela bromélia ser mais efetivo em locais com menor quantidade de refúgios. Os dados do presente estudo subsidiam as indicações de que as bromélias são excelentes formadores de microambientes, embora as aranhas foram mais freqüentes em plantas presentes na borda. Desta forma, a utilização da araneofauna associada às bromélias para indicação da alteração ambiental, não se mostrou eficaz. Pois apesar das bromélias formarem microambientes que fornecem uma certa estabilidade em comparação com o ambiente do entorno, o mesmo pode ser mais favorável para os animais aquáticos que colonizam o fitotelmo, um fato que reforça a importância da preservação das bromélias.