Eu havia pretendido hoje falar sobre solidariedade, porém tive a oportunidade de ver uma matéria comentada pelos alunos do 8º período biologia (meus afilhados!) no último debate: crianças transexuais que fazem uso de hormônios para alteração dos caracteres sexuais secundários até que elas possam fazer uma cirurgia de mudança de genitália.
Um Livro muito bom nessa área é “evolução do gênero e da sexualidade” de Joan Roughgardem. Nesta obra a autora aborda a diversidade sexual sobre o ponto de vista animal, humano (biológico) e cultural. No mundo animal encontramos inúmeras estratégias reprodutivas que envolvem: reprodução sexuada e assexuada, fertilização interna e externa, hermafroditismo simultâneo ou seqüencial (primeiro é macho depois é fêmea e vice-versa), mimetismo sexual (um macho finge que é fêmea), machos com características e assumindo o papel de fêmeas e vice-versa e o mais polêmico de todos: a homossexualidade (na imagem ao lado são duas fêmeas). A homossexualidade é polêmica quando se leva em consideração conceitos consolidados como “Seleção Sexual de Darwin” e “O Gene egoísta de Dawkins” cujo fim de um animal é passar seus genes para frente. No entanto, novas interpretações sobre o comportamento animal que levam em conta os aspectos de relações sociais, têm possibilitado novas inferências relacionadas com a “seleção social” e evolução do “altruísmo”. O fato que se questiona é: “Se o homossexualismo é genético e os homossexuais não têm relações sexuais, como esses genes continuam na população?”
Que homem é diferente de mulher ninguém tem dúvidas, nem fisicamente e nem comportamentalmente. Isso vem dos diferentes papéis que ambos foram exercendo dentro das sociedades ao longo da evolução. O comportamento é decorrente de um corpo e de um sistema nervoso, logo, o cérebro da mulher é diferente do cérebro do homem. A pergunta é quando e como tudo isso começa. Até pouco tempo atrás se acreditava que a criança nascia como um livro em branco e as páginas eram preenchidas conforme crescia, modelando assim sua personalidade. Porém sabemos que os bebês recém-nascidos têm temperamentos diferentes e isso se deve a condições ambientais intra-uterinas diferenciais que cada criança passa. Alias, atualmente novas pesquisas têm mostrado que a primeira divisão celular já pode determinar diferenças, caso as células sejam divididas mais ou menos simétricas, pode influenciar na simetria do bebê pronto. Novas pesquisas também têm mostrado que o corpo da mulher pode aceitar ou repelir (inconscientemente) embriões masculinos (XY) ou femininos (XX) dependendo do seu estado emocional ou nutricional. É possível que a seleção de espermatozóides X e Y já possam ocorrer no próprio canal vaginal (Ler matéria anterior).
O meu espanto e dos meu alunos vem dessa matéria que está veiculando na mídia devido a um documentário que posto abaixo sobre crianças que com cerca de dois anos decidem se são meninos e meninas e pais orientados por profissionais relacionados a área de transexualidade infantil permitem que seus meninos se vistam e se comportem como meninas (foto ao lado é de um menino) e administram hormônios sexuais para que não exibam os caracteres sexuais secundários na puberdade ara que possa na adolescência fazer uma cirurgia para mudança de sexo. O diagnóstico é de “transtorno de identidade de gênero” e segundo os especialistas uma criança começa a ter consciência de ser menino ou menina logo após o primeiro ano de vida e por volta dos 4 anos já tem a identidade sexual estável, apenas são sabem expressar isso verbalmente. Existem até uma ONG que dá assistência para pais de crianças transexuais (TYFA).
Na América do Norte e na Europa o diagnóstico de crianças transgeneres tem aumentado e os pais têm permitido a expressão da criança, embora a decisão seja dividida entre os psicólogos e psiquiatras. Na Holanda, "especialistas" já acompanham a transformação de crianças a partir de 6 anos de idade em transexuais e fazem a cirurgia a partir de 16 anos. Embora boatos tenham dito que há médicos fazendo a cirurgia com 13 e 14 anos, o que levou a um aumento de busca por esse serviço por parte dos pais.
E como tudo volta para o biológico... um fato inusitado espantou o mundo tempos atrás que era o tal do “homem grávido”. Na verdade Thomas Beatie é um transexual que toma hormônios, mas manteve seu útero e ovários. Criado no Havaí, onde sua mãe se suicidou quando ele tinha 12 anos, Beatie disse que decidiu trocar de sexo aos 24 anos. Por isso, submeteu-se a uma operação para tirar seios e legalmente mudou seu gênero de feminino para masculino. Casado há mais de dez anos, Beatie e a mulher, Nancy, sempre quiseram ter um bebê, mas ela teve uma endometriose há 20 anos e precisou tirar o útero. Simples, o marido engravidou...
Para saber mais:
http://www.opovo.com.br/colunas/kelmericas/874449.html
http://www.desabafodemae.com.br/home.php?acao=reportagens&subact=reportagem&cod=33
http://www.blogdofernando.com.br/2008/09/holanda-transforma-crianas-em.html
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u418988.shtml
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