Por Isabelle
Christine Strachulski
Bióloga e discente do Curso de Especialização em
Conservação da Natureza e Educação Ambiental
No
início do ano, em fevereiro, um filhote de golfinho morreu após ser retirado da
água para realizar diversas selfies
com turistas na praia de Santa Teresita, na Argentina: “O incidente ocorreu
alguns dias depois que dois golfinhos foram retirados do mar para fazer as
fotos. Um deles não resistiu e morreu de desidratação. As imagens (também
colocadas aqui no post) se espalharam pelas redes sociais, causando a
indignação de centenas de usuários. A espécie do golfinho em questão (conhecida
como toninha, franciscana ou golfinho-do-rio-da-prata) é muito frágil, e está em perigo de
extinção”.
A
constante busca por locais e atividades que
levem à fuga da vida rotineira, do estresse, do tédio e dos problemas enfrentados todos
os dias, apresenta uma demanda em crescente ascensão e que se reflete na
sociedade atual (Barboza e Ayrosa, 2013; Abreu et al., 2015), e é neste cenário que se encaixa a pesca esportiva, que tem como finalidade promover o
turismo, passatempo e descanso (Portal Brasil, 2012). Ainda, de acordo com
Abreu et al., (2015), o elo entre
lazer e consumo é perceptível no tema em questão, independente do estilo da
pesca, fato este comprovado pelo aumento na procura de equipamentos de última geração, variando desde anzóis afiados a laser
até barcos e lanchas de alto desempenho.

Eu
como bióloga e futura especialista em educação ambiental e conservação acredito
que as pessoas que defendem e/ou praticam a pesca esportiva ainda não chegaram
no estágio de compreensão do que ela realmente causa para os animais capturados
durante a atividade, ou simplesmente ignoram para a prática parecer mais
aceitável, enquanto a minoria que luta contra não consegue mudar essa situação,
agindo na maioria das vezes de maneira errada e equivocada. Nó somos seres tão
criativos, inventamos tantas coisas para quase tudo, colocamos o mundo de
cabeça para baixo, com certeza podemos nos divertir de forma saudável, sem que tal
brincadeira se torne cruel e paliativa.
O Presente Ensaio foi elaborado para
disciplina de Ética no Uso de animais e Bem-estar Animal, tendo como base as
obras:
Abreu, A. C. C., Coelho, R. L. F.,
Filho, A. C., Almeida, M. I. S. (2015). A imagem da pesca esportiva segundo
seus praticantes. Pretexto, 16(4), 47-64.
Animal Ethics. Pesca esportiva.
Disponível em . Aceso em 3
de agosto de 2016.
Barboza, R. A. & Ayrosa, E. A T.
(2013). Um Estudo Empírico sobre a Construção da Identidade Social do
Consumidor de Toy Art. Revista de
Ciências da Administração, 15(37), 11-21.
Caça e Pesca. Caça e Pesca Esportiva.
Disponível em .
Acesso em 3 de agosto de 2016.
Chaves, P. T. & Freire, K. M. F. (2012).
A pesca esportiva e o pesque-e-solte: pesquisas recentes e recomendações para
estudos no Brasil. Bioikos, 26(1), 29-34.
Cooke, S. J.
& Cowx, I. G. (2004) “The role of recreational fisheries in global fish crises”, BioScience,
54, pp. 857-859.
G1.globo. Multidão tira fotos com
golfinho na Argentina e gera polêmica. Disponível em .
Acesso em 4 de agosto de 2016.
Portal Brasil. Pesca amadora e esportiva
movimenta cadeia do turismo no País. Disponível em < TTP://brasil.gov.br/turismo/2012/03/pesca-amadora-e-esportiva-movimenta-cadeia-do-turismo-no-pais>.
Acesso em 5 de agosto de 2016.
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