Série
Ensaios: sociobiologia
Por: Josiane Mann
Acadêmica
do Curso de Ciências Biológicas PUCPR
Nas redes sociais tem sido
constante a ocorrência de casos como o da garota do tempo do Jornal Nacional, a
Maju, que foi alvo de comentários racistas na página do jornal na rede do
Facebook. O que promoveeu grande mobilização dos conhecidos e familiares. O
racismo é uma forma de não aceitar a diferença física do outro, ou também
cultural.
Comportamento social pode ser definido como a interação
existente entre indivíduos pertencentes da mesma espécie, geralmente
aparentados e vivendo em um grupo (Alcock, 2011). A ciência encarregada do
estudo do comportamento social dos animais é denominada sociobiologia a qual foi apresentada primeiramente em
1975, pelo entomologista Edward Osborne Wilson. Considerando como características
definidora do comportamento social o fato da existência de regulação ou
influencia de um membro da mesma espécie sobre o comportamento do individuo
(Carvalho, 1998).
A
necessidade é o principal motivo pelo qual se forma uma grupo, seja ela a de
proteção ou obtenção de alimentos, além de aumentar as chances de reprodução. A definição dada para grupos é como um
conjunto de indivíduos da mesma espécie, dependendo da sua complexidade, terá hierarquia
e divisão de tarefas. Viver em grupo pode favorecer a estabilidade para
sobrevivência da espécie, mas seja qual for o grupo terá estímulos agregadores
os quais são responsáveis pela identificação com o grupo. Entre as formas de
convívio social pode ser identificado o agrupamento, pelos quais os integrantes
do grupo vivem juntos porem não dependem uns dos outros. Agregação, também uma
forma de grupo, já tem mais força, pois os integrantes do grupos tem motivos
maiores para permanecerem juntos, seja por motivos de proteção ou também na
busca de recursos, nessa formação há a dependência entre eles. Desde de se
juntar por afinidades ou até mesmo excluir por diferenças como a identificação
de odores e cheiros para aceitação no grupo, moldam o conceito de racismo que
seria apenas uma questão superficial, analisando pontos como de união e separação
que já veem naturalmente no comportamento dos animais para chave de
identificação se o outro é nosso amigo ou inimigo, barreiras como diferenças
são identificadas como sinais do que pode nos ajudar a manter a sobrevivência.
Graças
a grande variação dos caracteres genéticos, fisiológicos, morfológicos e
comportamentais resultantes ao fenômeno adaptativo, espécies mantem sua sobrevivência a
diversidade do meio ambiente. Um exemplo dessa variação como resposta ao meio é
a pigmentação da pele, onde ha mais concentração de melanina a pele tende a ser escura e menos
concentração em uma pela clara, a concentração elevada ocorre como resposta de
proteção aos raios ultravioletas nos países nos países tropicais. O ser humano
tem a mania de separar e classificar tudo ao seu redor, historicamente o conceito de raça foi apresentado na Zoologia e na
Botânica para a classificação das espécies de animais e plantas (UFMG).
O
racismo é formado por um processo de
hierarquização, exclusão e discriminação contra um individuo ou toda uma
categoria social baseada em uma diferença física externa a qual é também
vinculada a diferença cultural. Podendo ser entendido como uma redução do
cultural ao biológico, facilitando a manipulação do primeiro sobre o segundo. Ele se fortalece sobre a crença na distinção
natural entre os grupos, já que faz ligação à ideia de que os grupos são
diferentes por possuírem elementos essências que os diferem (Lima & Vala,
2004). Na natureza o que é diferente pode apresentar perigo e como mecanismo de
defesa, o racismo, pode ser de principio instinto de defesa. Mas vale lembrar
que devido nossa complexidade somos capazes de oprimir esse instinto.
O racismo também está presente nas
universidades, como conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma
hierarquia entre as raças, entre as etnias, no Jornal GGN o professor de biociências da USP,
durante aula, defendia a teoria da inferioridade do QI (Quociente de
Inteligência) dos africanos. Atos como estes estão previsto na Lei 7716/1989 como crime, considerado como a difusão
de ideias racistas.
Como
formanda de biologia ressalto que dentre tantas variações externa e interna
ninguém é tão diferente e capacitado para ser considerado superior, temos
diferenças de diversos aspectos e integramos dentro do mesmo grupo, o grupo da
vida. Sendo assim, o racismo, tanto no caso da Maju como em outros, pode ser
considerado um processo de aceitação que necessita passar de geração a geração,
pois essas diferenças sempre vão existir, mas não é de se considerar que seja
motivos para depreciação, considerando que estamos sujeitos as adaptações ao
meio. Além do mais se o mundo todo fosse igual não existira a beleza que
comtemplamos todos os dias, de diversas espécies de plantas e animais
O presente
ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia, baseando-se nas fontes:
Alcock, John. (2011) Comportamento
animal: uma abordagem evolutiva. Porto Alegre: Artmed,.xvii, 606 p. ISBN
978-85-363-2445-6 (broch.)
Carvalho, A. M. A. (1998). Etologia e
comportamento social. Em L. Souza, M. F. Q. Silva & M. M. P. Rodrigues
(Orgs.), Psicologia – Reflexões (im)pertinentes (pp. 195-224). São Paulo: Casa
do Psicólogo.
Lima, M. E. O. & Vala, J. (2004) As
novas formas de expressão do preconceito e do racismo. Estudos de Pscologia, 9
(3). 401-411.
Reis, J. A controvertida sociobiologia.
UFMG. Uma abordagem conceitual das noções
de raça, racismo, identidade e etnia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário