sábado, 1 de novembro de 2014

Da Zoofilia ao Ecotismo: Eles tem noção do que estão falando? rumo à Bioética nos meios de comunicação!



Em um intervalo de poucas semanas dois conhecidos atores paranaenses -  atualmente com projeção nacional por atuarem em novela de horário nobre – se colocaram no alvo do debate do limite do bom-senso e levantaram o questionamento do limite da moralidade com relação aos animais. Primeiro foi o ator Alexandre Nero – o qual para inserir-se no clima das redes sociais em decorrência do dia das crianças – postou uma foto sua com cerca de 10 anos e sua primeira namorada – um bezerrinho! Se não bastasse a chocante imagem ainda deixou claro que foi quando foi apresentado ao amor, à natureza e à zoofilia!!!!. Esta semana foi a vez da Atriz Adriana Birolli, a qual relatou no programa do Jô seus atos de crueldade com animais quando era escoteira, aos 8 anos de idade!!!. A matéria veiculada no site do ANDA já registra quase 500 comentários - a maioria criticando a atitude da atriz. Muitos internautas levantaram a pergunta se o posicionamento dessas figuras públicas poderia ser considerado uma apologia ao crime. Ressalva-se que eles como cidadãos estão relatando fatos ocorridos em suas infâncias. Porém, será que atuamente possuem noção da responsabilidade de um cidadão que por estar em evidência nacional nas mídias populares e infelizmente em nossa sociedade são geradores de opinião pública.  Até entendo que os fatos ocorreram quando eram crianças, mas será que esses fatos já não podem ser elaborados com uma visão mais amadurecida e ética? Ridicularizar, banalizar, ironizar os maus-tratos aos animais -  além de extremamente ultrajante e imoral - seria também ilegal? É importante pontuar que a existência da Lei de crimes ambientais que criminaliza maus-tratos aos animais. 
Já faz muito tempo que tenho me incomodado com a forma como as TVs abertas vem explorando a imagem dos animais. Esses meios de comunicação podem até alegar que estão retratando a forma como a nossa sociedade trata os animais. Mas será mesmo? Não é o que tenho visto nas manifestações tanto nas redes sociais como nos comentários das noticias jornalísticas.  Será que esses cidadãos têm noção do seu papel como geradores de opinião? Será que conseguem visualizar que além se criarem uma falsa sensação de proximidade com as pessoas - por estarem todos os dias entrando suas casas – agregam à sua imagem simbolismos de seus personagens, proporcionando automaticamente idoneidade às suas opiniões? Se essas pessoas - que têm alcançado a tão almejada estreitíssima fatia das celebridades - não conseguem por seus próprios valores morais e éticos refletirem sobre o que vão expor nas mídias, será que não estamos no momento de questionar a necessidade da existência de Comitês de Bioética dentro desse meio? Não falo isso incentivando a censura, mas com a intenção de normatizar um segmento que é uma concessão pública. Infelizmente as sociedades modernas estão carentes de meios que proporcionem a formação de valores pautados no respeito, responsabilidade, cuidado, proteção, justiça e principalmente alteridade. As relações do homem com o próprio homem já estão extremamente fragilizadas, porém o momento atual demanda que haja uma mudança de paradigmas também da forma como tratamos a natureza. Não temos o direito de proporcionar mal para quem não nos fez mal – Não temos o direito de balizar uma VIDA. Como seres humanos temos o dever de propagar não apenas a vida pela vida, mas a vida de qualidade – para todos!      

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