Em um intervalo de poucas semanas
dois conhecidos atores paranaenses - atualmente
com projeção nacional por atuarem em novela de horário nobre – se colocaram no
alvo do debate do limite do bom-senso e levantaram o questionamento do limite
da moralidade com relação aos animais. Primeiro foi o ator Alexandre Nero –
o qual para inserir-se no clima das redes sociais em decorrência do dia das crianças –
postou uma foto sua com cerca de 10 anos e sua primeira namorada – um
bezerrinho! Se não bastasse a chocante imagem ainda deixou claro que foi
quando foi apresentado ao amor, à natureza e à zoofilia!!!!. Esta semana foi a vez
da Atriz Adriana
Birolli, a qual relatou no programa do Jô seus atos de crueldade com
animais quando era escoteira, aos 8 anos de idade!!!. A matéria veiculada no
site do ANDA já registra quase 500 comentários - a maioria criticando a atitude
da atriz. Muitos internautas levantaram a pergunta se o posicionamento dessas figuras
públicas poderia ser considerado uma apologia ao crime.
Ressalva-se que eles como cidadãos estão relatando fatos ocorridos em suas infâncias.
Porém, será que atuamente possuem noção da responsabilidade de um cidadão que por estar em evidência
nacional nas mídias populares e infelizmente em nossa sociedade são geradores
de opinião pública. Até entendo que os
fatos ocorreram quando eram crianças, mas será que esses fatos já não podem ser
elaborados com uma visão mais amadurecida e ética? Ridicularizar, banalizar,
ironizar os maus-tratos aos animais - além de extremamente ultrajante e imoral - seria
também ilegal? É importante pontuar que a existência da Lei
de crimes ambientais que criminaliza maus-tratos aos animais.
Já faz muito
tempo que tenho me incomodado com a forma como as TVs abertas vem explorando a
imagem dos animais. Esses meios de comunicação podem até alegar que estão
retratando a forma como a nossa sociedade trata os animais. Mas será mesmo? Não
é o que tenho visto nas manifestações tanto nas redes sociais como nos
comentários das noticias jornalísticas. Será
que esses cidadãos têm noção do seu papel como geradores de opinião? Será que
conseguem visualizar que além se criarem uma falsa sensação de proximidade com
as pessoas - por estarem todos os dias entrando suas casas – agregam à sua
imagem simbolismos de seus personagens, proporcionando automaticamente idoneidade
às suas opiniões? Se essas pessoas - que têm alcançado a tão almejada estreitíssima
fatia das celebridades - não conseguem por seus próprios valores morais e
éticos refletirem sobre o que vão expor nas mídias, será que não estamos no
momento de questionar a necessidade da existência de Comitês de Bioética dentro desse meio?
Não falo isso incentivando a censura, mas com a intenção de normatizar um
segmento que é uma concessão pública. Infelizmente as sociedades modernas estão
carentes de meios que proporcionem a formação de valores pautados no respeito,
responsabilidade, cuidado, proteção, justiça e principalmente alteridade. As
relações do homem com o próprio homem já estão extremamente fragilizadas, porém
o momento atual demanda que haja uma mudança de paradigmas também da forma como
tratamos a natureza. Não temos o direito de proporcionar mal para quem não nos
fez mal – Não temos o direito de balizar uma VIDA. Como seres humanos temos o
dever de propagar não apenas a vida pela vida, mas a vida de qualidade – para todos!
Excelente texto!
ResponderExcluir