quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O Poder Da Espiritualidade



Série Ensaios: Sociobiologia

Por Fernanda Brehm, Priscilla Santos e Juliana Kazubek
Acadêmicas do curso de Ciências Biológicas

Em Dezembro de 2012, Glenn Hicks foi diagnosticado com câncer nos ossos e os médicos deram-lhe apenas mais alguns meses de vida pois a doença tinha avançado do estágio 3 (metástase) para o estágio 4 e a já estava nos pulmões. Um colega de Glenn contou que um grupo de pessoas oraram por Glenn e conversaram com o câncer. Disseram: ‘Câncer, nós damos a você um prazo para morrer: dia 3 de abril’, disse Thompson. Durante as orações no dia 3 de abril, Glenn Hicks afirmou ao site que se sentiu “um calor relaxante e paz e calma sobre si”. Convencido de sua cura, Hicks foi aos médicos no dia seguinte para uma nova bateria de exames, que comprovaram a remissão da doença.


O caso exposto retrata claramente o poder da crença e espiritualidade. Espiritualidade essa que não começa com o cristianismo, mesmo se entendida como uma confissão explícita da vivência de uma determinada fé, estruturada numa série de ritos e baseada em um modo de vida concreto. Nem começa com o povo bíblico. A experiência mística, e até a vida contemplativa como instituição, são muito anteriores ao cristianismo. Entre os pitagóricos, seis séculos antes de Cristo, havia comunidades contemplativas. Os vedas, os bramanistas, os hinduistas, os xintoístas, entre outros, três mil anos antes de Cristo, já conheciam a ascese, a meditação, a vida contemplativa eremítica e cenobítica. Contudo, com o passar dos anos, face ao novo panorama iluminista na Europa, teólogos do século XVII ansiavam por uma confirmação das teorias religiosas, que vinham sendo tradicional e forçosamente aceitas há 1500 anos. Assim, ajudaram a desenvolver uma nova ciência, a qual utilizaria um método de raciocínio mais apurado e critico em busca da verdade divina. Porém, essa nova ciência não só não comprovou, mas também contestou vários dogmas centrais da igreja. Os teólogos tinham então, basicamente, duas opções: aceitar as novas evidências e destruir os alicerces que mantiveram a sociedade, por mais de mil anos, ou então podiam ignorar as evidências. O resultado foi a ruptura entre a velha religião e nova ciência. Essa ciência vem pesquisando há várias décadas a força da mente e das emoções, comprovando-a em laboratório, e já fala em tipos de energia diferentes das conhecidas, já que não são detectáveis por instrumentos, nem explicáveis pelos conceitos comuns.
A existência dessa energia ficou plenamente demonstrada em experiências realizadas em universidades norte-americanas, como a Universidade da Califórnia e a Universidade de Washington. Numa dessas experiências algumas plantas foram objeto de ódio por grupos de voluntários, enquanto outras recebiam vibrações de amor e carinho. As primeiras murcharam e algumas até morreram, ao passo que as outras, as que receberam pensamentos e sentimentos de amor ficaram cada vez mais exuberantes. Isto prova que há uma energia psíquica que pode ter efeitos benéficos ou maléficos, a depender dos sentimentos ou intenções do seu emissor. Além de demonstrar a capacidade de se comunicar através de compostos voláteis, memorizar, ouvir, se defender e ainda de possuir cognição e a capacidade de escolha (Karban, 2014; Revista Veja, 2014; Tompkins & Bird, 1975). Fora as mensagens voláteis, as plantas emitem sinais elétricos, semelhantes a sinapses dos neurônios, para enviar informações entre uma célula e outra. Edward Farmer, o biólogo pioneiro em pesquisas sobre comunicação vegetal da Universidade de Lausanne, na Suíça, descobriu, há alguns meses, uma maneira até então inédita de transmissão de sinais elétricos vegetais, com pulsos que seguem por longas distâncias entre as membranas da planta, como um rudimento das sinapses animais (Farmer, 2001; Farmer & Ryan, 1990).
Outras experiências, bastante divulgadas pela mídia, têm sido feitas em hospitais nos EUA e outros lugares do mundo. Para essas experiências foram selecionados aleatoriamente, por computador, dois grupos de doentes: o Grupo A receberia orações feitas por voluntários de determinada igreja. O Grupo B não as receberia, seria o grupo controle. Ninguém, nem os médicos, enfermeiros e ajudantes sabiam quais pacientes pertenciam a este ou aquele grupo. No final de alguns meses foram computados os resultados e descobriu-se que os pacientes do grupo A (que receberam as preces) tiveram significativas melhoras, com relação aos do outro grupo. Essas e outras pesquisas semelhantes acabaram mudando alguns paradigmas nas atividades médicas (Harris et al., 1999; Sueco, Samano, Medicina, André, & Paulo, 2004, Krucoff et al., 2005).
Além destas experiências, Dr. Masaru Emoto, pesquisador japonês, demonstrou, cientificamente, aquilo que já se sabia pelos estudos espiritualistas: que os sons, palavras, pensamentos e sentimentos influenciam as pessoas que os emitem e também as outras pessoas. Ficou demonstrado, nas experiências, que a estrutura molecular da água se altera em face dos pensamentos, sons e sentimentos. A técnica usada por ele consiste na exposição da água a esses agentes. Depois, ela é congelada e os cristais formados são fotografados obtendo-se as seguintes imagens:
Amor, ódio, gratidão e conceitos como "alma", "anjo" e "demônio" são feitos refletidos na forma de cristais de água. A mesma palavra falada em vários idiomas mostrou imagens de cristais praticamente idênticas. "Você só pode entender isso se pensar em termos de vibração, se não encarar as palavras como invenções das pessoas, mas como um fenômeno vivo. Eu acho que os sons revelam vibrações da natureza. Foi assim que surgiram as palavras: elas evoluíram dessas vibrações" (Emoto, 2004, Emoto, 2005). 
Com visto nas imagens obtidas pelo cientista, tanto as palavras, quanto os pensamentos e os sentimentos afetam a água. Considerando que somos compostos em cerca de 70% de água, fica evidente a influência que sofremos em virtude de nossos pensamentos e sentimentos, assim como afetamos igualmente as outras pessoas e, consequentemente, somos influenciadas pelos pensamentos e sentimentos delas (Meek, 1999). Incontestável é que tudo que existe, as pessoas, os animais e o planeta são influenciados pelo que pensamos e sentimos. As pessoas, mais que consequências do meio em que vivem, assumem papéis determinantes sobre tudo que existe, embora, na maioria dos casos de forma inconsciente. Do mesmo jeito que podemos ser vítimas dos nossos pensamentos e sentimentos negativos, da mesma maneira, o planeta Terra tem sido vítima de muitas energias negativas oriundas desses pensamentos e sentimentos, tão amplamente difundidos pelos meios de comunicação.
Recentemente, um estudo feito pelo cientista Ricardo Monezi, da Faculdade de Medicina da USP e da Unifesp, comprovou que a energia liberada pelas mãos também tem poder de curar, o reiki. Ele obteve resultado em ratos com câncer e em idosos com problemas causados pelo estresse. No caso dos ratos, os animais foram separados em três grupos: um não recebeu nenhum tipo de tratamento, outro foi tratado pela técnica de imposição de mãos e o terceiro grupo de ratos com câncer apenas foi coberto com luvas térmicas. O resultado mostrou que a imposição de mão fez com que o sistema imunológico dos animais destruísse os tumores. Quanto aos idosos, os benefícios constatados pelo doutor Monezi foram redução da tensão, do estresse e de sintomas da ansiedade e depressão (Juli & Oliveira, 2003). Embora a ciência atual ainda não tenha uma opinião exata sobre esses efeitos, a classe médica começa a aceitar a eficiência das chamadas terapias holísticas. Outros métodos também muito estudados que demonstram esse poder é a prática de meditação, acupuntura, uso de florais de Bach, cromoterapia, aromoterapia, homeopatia entre outras (Gaviolle, 1999; Jaggar, 1992) Usadas não somente nos humanos, como atualmente está sendo aplicada a animais, principalmente em animais de estimação, exceto a prática de meditação, que tem como resultado diminuir agressividade e os sintomas de artrite, aliviar dores do câncer, diarreias, tratamento de dermatites seca, ajuda nas gengivites e mau hálito, depressão e ansiedade, melhora hiperatividade, para picadas de insetos, náuseas, micoses, cicatrizado de feridas relaxamento, e dores em geral, explica a veterinária Susana Monteverde, professora do Instituto Médico Argentino de Acupuntura e da cátedra de Fisioterapia em Cinesiologia da Universidade de Buenos Aires. A homeopatia, inclusive, já é reconhecida como especialidade médico-veterinária há quase dez anos pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária. Há estudos ainda que mostram a aplicação de acunpuntura em plantas, mostrando uma frutificação exuberante, sendo praticada com sucesso pelo médico Evaldo Martins Leite, presidente da Associação Brasileira de Acupuntura. Ele orientou, há cinco anos, uma pesquisa científica rigorosa, realizada pelo biólogo Alexandre Eustáquio de Sena, na Pontifícia Universidade Católica de Belo Horizonte, MG. Sena dividiu uma plantação de feijão em duas partes iguais, tratando uma com acupuntura e mantendo a outra como grupo de controle. As plantas submetidas à acupuntura desenvolveram maior número de vagens, maior quantidade de grãos em cada vagem e maior peso por grão. O acupunturista ensina que as áreas de ramificação das plantas, isto é, onde os galhos saem dos troncos ou os ramos saem dos galhos, são regiões de concentração de qi. Mostrando ainda em imagens, que as plantas também possuem aura, como nós. (Revista Galileu, 2000).
 Segundo o autor Ken Keyes em seu livro: “O Centésimo Macaco”, estudos com macacos selvagens japoneses, realizados por mais 30 anos, revelaram uma situação que prova a transmissão energética do pensamento. No ano de 1952, os pesquisadores deram batatas-doces sujas de areia aos macacos da ilha Koshima. Eles não comeram por que não gostaram; entretanto, uma macaca chamada Imo levou as batatas a um riacho e as lavou para comer. Ensinou essa descoberta aos outros macacos de sua tribo, os quais passaram a agir do mesmo jeito. A grande descoberta se deu então em 1958, quando determinado número de macaco já sabia e se utilizava o benefício da descoberta: colônias de macacos de outras ilhas começaram também a lavar as batatas. Os pesquisadores concluíram que, quando uma quantidade de indivíduos, que adquiriram determinado conhecimento, atinge um certo número ainda não definido cientificamente, esse novo conhecimento passa a ser transmitido de uma mente para outra em forma de energia e à distância (Keyes, 1983).
 Vários cientistas desta nova ciência estudam a influência de nossos pensamentos e sentimentos para fora de nós. Este é o caso do cientista Amit Goswami, um dos entrevistados no Documentário: “Quem somos nós?”. Este cientista indiano, radicado nos Estados Unidos (Professor de Física na Universidade do Oregon e doutor em residência no Instituto de Ciências Abstratas em Sausalito, CA), defende a tese de que: “Algo só existe no plano material porque foi criado, primeiramente, em outros planos. Os corpos são criados a cada momento pelas escolhas que são feitas”. Pode parecer meio radical para os materialistas, mas Goswami está absolutamente convencido a ponto de afirmar que a cura das doenças, de qualquer doença, é possível no plano da consciência. É o que ele chama de cura quântica (Goswami, 2006; Arntz, 2005). Através desse mecanismo, um câncer pode ser curado pelo pensamento. Logo, conseguimos claramente perceber que esta energia tanto falada no meio cientifico e popular é a espiritualidade, a qual tem por verdadeiro significado o amor, como visto nos vários estudos retratados. O poder da espiritualidade esta todo dentro de cada um de nós e não fora onde muitas vezes procuramos, está nos bons pensamento, nas boas vibrações, no querer o bem, se sentir bem e fazer o bem, os quais são passados de nós para o meio externo, entrando nesta rede de conectividade entre todos os seres vivos desde planeta. Quando conseguirmos alcançar essa espiritualidade de maneira mais intensa e focada, alcançaremos um mundo totalmente novo, de pessoas melhores, onde conseguiremos usar todo esse poder que temos para evoluir, de fato.
Ainda assim, na busca de mais explicações e maior entendimento desta fé, Dr. Dean Hamer, diretor da unidade de estrutura e regulação Genética do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, doutorado pela Harvard Medical School, Hamer conclui que a fé em Deus ou a espiritualidade, tem base genética, ou seja, é geneticamente determinada. Hamer e sua equipe dizem ter identificado o gene vmat2, que estaria envolvido no transporte de mensageiros químicos do cérebro (Revista Veja, 2007; Hamer, 2005). Esses são reconhecidos como monoaminas, a mais famosa delas sendo a serotonina, a chamada molécula do bem-estar. As evidências do envolvimento do gene com a espiritualidade vêm de análises genéticas conduzidas por Hamer em conjuntos de pacientes. O VMAT2 regula as monoaminas e ajuda a determinar como percebemos as alterações da consciência que acontecem, por exemplo, durante transe religioso ou meditação. Somos não só programados geneticamente para sentir alegria, mas para ter autotranscendência ou experiências místicas. Há variações desse grupo de genes, o que explicaria pessoas serem mais espiritualizadas e outras, menos. A constituição genética de uma pessoa teria um papel definitivo na determinação do grau de espiritualidade e sensibilidade para compreender todos estes estudos apresentados. Nós não entendemos Deus, nem o amor, nem fé. Nós os sentimos.
Nós como futuras biólogas acreditamos que o que nos diferencia dos tantos outros hominídeos e seres vivos que já passaram por esse planeta, é a capacidade de transcender, de acreditar e vivenciar a espiritualidade. Quando transcendemos, viajamos no tempo e nos vemos no futuro incerto, e junto com isso nos fortalecendo ainda mais, há a espiritualidade, que nos faz acreditar que “algo maior” está sob controle da vida, nos protegendo e nos dando condições de superarmos os obstáculos, por mais impossíveis que pareçam. O homem primitivo que conversa com os deuses através de seus desenhos, olhando para o céu, pedindo e acreditando em uma boa caçada; que supera desafios, cria, que busca força para migrar num mundo desconhecido, que busca explicações, que encontra uma forma de perder o medo da morte e que passa a acreditar em coisas que não são reais nesta dimensão. Já a religião, vista muitas vezes de maneira erroneamente equivocada, é cultural, vem apenas da necessidade de formação de grupos inerente a qualquer espécie social e não podemos confundir estas três palavras tão polêmicas e poderosas. Por isso, precisamos cada vez mais vivenciar e acreditar nesse “algo maior”, chamado amor, e aproveitar sem desperdiçar essa benção da natureza, que nos torna mais fortes, valentes, vencedores, conscientes e invencíveis, e ter a certeza de uma vida melhor.

 
O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia II,baseandos-se nas obras:

Animal Planet – Discovery Brasil [online]. Disponível em: >>http://animalplanet.discoverybrasil.uol.com.br/terapias-alternativas-para-animais-de-estimacao/ <<. Acesso em 12 de Set. 2014.
Arntz, W. (2005). Quem somos nós? Editora Ediouro, Rio de Janeiro, 1ª Edição.
Documentário (2004) “Quem somos nós?” Disponível em: >>http://www.youtube.com/watch?v=dQAUs87pHb8<<
Emoto, M. (2004)  Healing with Water. The Journal of Alternative and Complementary Medicine, 10(1): 19-21. doi:10.1089/107555304322848913.
Emoto, M. (2005). The Hidden messages in water. Ed. Aria Books, Nova Iorque.
Farmer, E.E.; Ryan, C. (1990). Interplant communication: airborne methyl jasmonate induces synthesis of proteinase inhibitors in plant leaves. PNAS, vol. 87 no. 19,  7713–7716 [doi: 10.1073/87.19.7713]
Farmer, E.E. (2001) Progress Surface-to-air Signals.Nature,411, 854-856 [doi:10.1038/35081189].
Gaviolle, M. C. (1999). Modelo experimental para o estudo da interação entre acupuntura e o fenômeno regenerativo induzido em caudas de girinos de Rana catesbeiana (SHAW, 1802). São Paulo, 105p.
Goswami, A. (2006).  O médico quântico - Orientações de um Físico para a Saúde e a Cura. Editora Pensamento-Cultrix, 1ª Edição.
Hamer, D. (2005).  O Gene de Deus - Como a herança genética pode determinar a fé . Mercuryo.
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