Ontem li uma notícia que boa parte dos protetores e
defensores dos animais estava esperando há algum tempo... “projeto quer
imprimir carne 3D comestível”. Na verdade a ideia é antiga, há muitos anos
tem-se tentado a produção de carne de bicho, sem nunca ter feito parte do
bicho. Como? Cultivo celular! Inclusive a Ong internacional PETA - que luta pelo direito dos animais - abriu
um concurso de 1 milhão de dólares para quem conseguir e foi dada a largada!
Hopkins
e Dacey publicaram um artigo cientifico abordando o tema
com a utilização do termo “vegetarianismo moral”, se referindo àquelas
pessoas que se consideram carnívoros desconfortáveis, pois embora se
sensibilizem com o sofrimento dos animais durante o processo de produção,
gostam muito de carne. Daí vem a questão: como consumir proteína animal que
satisfaça tanto as necessidades fisiológicas quanto de bem-estar dos carnívoros
e ao mesmo tempo permita a redução dos sistemas cruéis de produção animal, os
danos ao ambiente e contribua para diminuição da fome no mundo? Em
fevereiro de 2012 cientistas anunciaram que dentro de um ano
seria possível obter bife (ou hambúrguer) de carne artificial in vitro. Houve desavença entre os diferentes
grupos durante uma apresentação da AAAS (Associação Americana para o Progresso
da Ciência), embora a ideia fosse oferecer uma alternativa com bom preço, sabor
agradável e valor nutricional compatível com o da carne natural. A criação de
animais para a produção de carne pode ser vista como uma técnica obsoleta e
inimiga do ambiente, uma vez que é responsável por 1/5 das emissões globais de
gases do efeito estufa além do excessivo consumo de água e alimentos.
A tecnologia da produção da Carne artificial -
também conhecida como carne de laboratório ou carne cultivada ou ainda carne in
vitro - está pronta para uso comercial e apenas precisa de apoio. A produção da
carne in vitro se dá através do cultivo de células-tronco, de uma maneira
similar à empregada com essas células para fins médicos. As células-tronco são extraías
de músculos reais, então são cultivadas em laboratório em um coquetel de
nutrientes compostos por açúcares, aminoácidos e minerais. Da mesma forma que
os músculos humanos - essas células precisam de exercícios, os quais são
obtidos através de estímulos elétricos, para que atinja a textura similar à
carne de um animal. Para obtenção da cor vermelha, deverá ser adicionada
mioglobina e então o resultado é misturado à gordura que também é cultivada em
laboratório. Obviamente que o primeiro hambúrguer terá preço alto: 560 mil
reais, mas que diminuirá bastante com aumento da produção, sendo que os
idealizadores apostam que a produção de carne de laboratório poderia até mesmo
ser mais barata que a carne comum.
A Empresa “modern
meadow” pretende criar a bio-carne-impressa, ou seja, através da
engenharia de alimentos, será criada uma tira de tecido coberta por 3 tipos de
células (muscular e vegetal). Tudo isso para dar um ar "apetitoso"
para a invenção. A tecnologia da impressão 3D já foi usada para fabricar implantes médicos,
tênis e armas. O projeto, inscrito no
Departamento de Agricultura americano, disse que o objetivo em curto prazo é
criar um pedaço de carne equivalente ao tamanho de uma azeitona, logo A
primeira fase do projeto desenvolverá pedaços de carnes minúsculos, o que
pode significar que a produção em larga escala deste tipo de alimento ainda
precise de mais desenvolvimento. Atualmente comemos carne de animais que foram
domesticados mais facilmente, e esse é o limite entre o que é animal selvagem -
portanto, não seria ético consumir - e o criado em larga escala para o abate.
Sem a morte animal, até os vegetarianos mais ativistas poderiam comer um
hambúrguer de panda sem culpa. Uma das questões é quão segura ela seria,
deve-se considerar que células alimentadas por soro de cavalo, o produto final
poderia estar contaminado com proteínas chamadas príons, extremamente perigosas
à saúde. E, o problema ético continua alimentar carne sintética com produtos
animais não excluí a matança da produção.
Existem
vários estudos paralelos que visam utilizar proteínas de plantas para produzir
um bife análogo ao artificial. Outro
grupo da Universidade de Amsterdã desenvolve carne alimentada por cianobactérias, as
algas azuis, que extraem um alimento rico em aminoácidos, açúcares e gordura,
importantes à célula animal. Mas a alternativa mais “diferente” foi a do O
pesquisador japonês Mitsuyuki Ikeda que estudando uma forma de reutilizar a lama de
esgoto de Tóquio desenvolveu um método de transformar produtos derivados de
dejetos humanos em carne artificial. O alimento, que é produzido em laboratório,
poderia ser menos calórico, uma vez que é composto por 63% de proteína, 25% de
carboidratos, 3% de lipídios e 9% de minerais, além disso, passou no teste de degustação por voluntários que disseram que a carne
artificial tem gosto de bife. Deve-se considera ainda outras alternativas para
redução do consumo de carne de animais de grande porte através do consumo de insetos, algas e películas comestíveis.
Muito interessante. Estava falando sobre isso com um amigo ainda hoje. Realmente acredito que no futuro (não sei se próximo ou distante) as pessoas não comerão mais animais. Até pela questão da escassez futura de alimentos e problemas ambientais, outras alternativas à produção de proteína animal terão que surgir. Já tinha lido sobre a produção de carne a partir de células tronco e achei fantástico. Só penso em 2 questões: os grandes pecuaristas permitirem que essa mudança ocorra e possíveis efeitos colaterais dessa produção (?).
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