Semana passada foi divulgado na
mídia o caso de um operário
da construção civil de 24 anos que foi
atingido vergalhão - de três metros e da
espessura de um dedo – p qual caiu do quarto andar de um prédio em construção. A
barra de ferro entrou pela parte posterior do crânio e saiu entre os olhos. O
rapaz foi resgatado consciente e a principal preocupação é uma eventual
infecção ou a manifestação de qualquer sequela, uma vez que embora não tenha
doído e o vergalhão tenha atingido partes não funcionais do cérebro - motivo
pelo qual ele não perdeu os sentidos- houve perda de massa encefálica.
Na hora que vi esse caso me
lembrei de Phineas
Gage, um operário americano que em 1848 teve seu cérebro perfurado por uma
barra de metal, enquanto dinamitava um rochedo para construção de uma estrada
de ferro. A barra entrou pela bochecha
esquerda destruindo seu olho, atravessando a parte frontal do cérebro e saindo
pelo topo do crânio. O operário podia falar e caminhar, sendo que depois de
alguns problemas de infecção sobreviveu à lesão e se recuperou fisicamente.
Embora Phineas tenha sobrevivido sem aparentes sequelas, apresentou uma mudança
acentuada de comportamento, sendo objeto para estudos de caso muito conhecidos
entre neurocientistas. Na verdade, Phineas transformou-se num homem de mau
génio, grosseiro, desrespeitoso para com os colegas e incapaz de aceitar
conselhos e de ter os mesmos planos para o futuro que tinha antes, passou a
agir sem pensar nas consequências. O caso de Gage é considerado como uma das
primeiras evidências científicas que indicavam que a lesão nos lóbulos frontais
pode alterar a personalidade, emoções e a interação social. Antes deste caso os
lóbulos frontais eram considerados estruturas não funcionais e sem relação com
o comportamento humano.
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