Seleção Brasileira... Sinto muito informar, mas Emoção não ganha medalha!


Semana de Olimpíadas... o Brasil todo mobilizado, com a maior expectativa que seus atletas representem a Garra, a Coragem, o Determinismo, a União e o Otimismo do Povo Brasileiro e conquistem muitas medalhas! Mas..., supressa!! Um festival de emoções: medo, ansiedade, paixão (pelo namorado), choro, insegurança, saudade... É lindo ver as pessoas expressarem assim suas emoções, isso dá vida! Mas essa é a hora certa? Todos os comentaristas em todas as modalidades estão falando a mesma coisa: “nossos atletas têm preparo físico, mas não têm preparo para o controle emocional”. Esse fator é tão importante que a psicologia do esporte é uma área que está em pleno crescimento. Enfim, mas a questão a ser refletida aqui é o quanto o controle emocional nos faz humanos, pois justamente a falta de controle nos leva a exibir comportamentos instintivos e a categorizarmos a atitude como um tanto animal.
Vamos para os fatos... Nós tivemos nas Olimpíadas de Londres desde atletas que atribuíram o descontrole emocional, ao fato de nunca terem estado em uma olimpíada competindo com medalhistas -  como a nossa atiradora Ana Luiza Ferrão; tivemos aquele que sobe no pódio, mas chora por querer o outro e não o bronze – como nosso nadador Cielo;  também a atleta que levou o namorado para seu quarto na concentração e foi cortada das olimpíadas – como nossa jogadora de vôlei Iziane – nossa judoca que diminuiu diante da agressividade da rival; e por fim - a pior de todas - nossa esperança Fabiana Murer com salto em varas que simplesmente desistiu, justificando que viu que não iria se classificar mesmo, estava ventando muito, melhor parar a me desgastar. Ficamos todos atônitos vendo um atleta desistir da disputa. Se só os vencedores chegassem até o final da competição, com quem iriam competir? Os pais muitas vezes colocam seus filhos no esporte para aprenderem a competir de uma forma saudável, ou seja, se preparar para vencer, mas sabendo que em uma disputa um perde para o outro vencer! E o perdedor pode ser ele! Nas maratonas é muito comum vermos corredores chegarem cinco horas depois que a prova foi definida, apenas para terminarem o seu propósito, e não desistir por não serem os campeões.
Será que controle das emoções é algo exclusivamente humano? É o que se diz tanto nos conhecimentos acadêmicos, quanto nos populares e até mesmo as religiões pontuam muito bem o lado racional que o homem deve ter para deixar de ser humano e mais ser angelical....  Ao longo da evolução o ser humano sempre buscou o controle emocional, embora não seja fácil nem mesmo para nós, Os Humanos! É lógico que não queremos ter ao nosso lado o homem de lata, sem coração. Mas também não queremos ter aquele que se descontrola – seja com choro ou socos – diante das frustações normais da vida.  O controle das frustações e dos desejos é um desafio para todo aquele que vive em sociedade, pois quando dois ou mais indivíduos dividem seus espaços, deverão existir regras, e o limite de um começa, quando termina o do outro. E essa regra não é diferente para os outros animais. Imagine uma sociedade dos leões (veja o documentário), em que existe uma hierarquia extremamente rígida, onde apenas o Rei Leão acasala com as fêmeas e ele que se alimenta primeiro da caça. Imagina o que é ser um leão de baixíssima hierarquia? Você acha que ele não tem desejos pelas fêmeas no cio? Que não fica extremamente frustrado de se quebrar para caçar uma zebra, e comer apenas as partes que restaram de todos aqueles que tiveram o direito de comer primeiro? 
O que ele faz com o “instinto sexual” e com o “instinto de sobrevivência”? controla! Por que? Para continuar no grupo, pois para ele é mais importante ter um grupo que ofereça proteção e alimentação e seguir regras, do que fazer o que quiser e a hora que quiser, e não conseguir sobreviver. É a lei da selva! Por isso não saímos – ou pelo menos não deveríamos - por aí batendo tem todo mundo quando estamos com raiva, nem tampouco beijando todo mundo quando estamos carentes. Seguimos as regras e controlamos nossas emoções. E como os animais aprendem isso? Com o grupo, como os pais, com os irmãos. Existem estudos que mostram que assim que nascem os pintinhos já definem a hierarquia logo quando eclodem utilizando como parâmetros o temperamento dos irmãos. 
 O que vemos na nossa sociedade atual é uma falta de habilidade de lidar com as emoções, principalmente com as frustações. Daí quando algo que se tinha expectativa não acontecer, ou a pessoa se acaba de chorar, desiste do mundo, desiste da vida; ou sai matando as pessoas – toda hora vemos casos de assassinatos chocantes como do dono a Yoki. As empresas hoje procuram por profissionais que tenham mais inteligência emocional (veja o vídeo), do que potencial intelectual, pois não adianta nada empregar uma pessoa extremamente inteligente se ela não consegue conviver com os colegas, competir saudavelmente, e receber ordens - e as vezes broncas - do chefe.
            Mas o que levaria nossos atletas e serem tão emotivos? Seria o sangue latino? Talvez o propósito deles estarem nas olimpíadas seja ganhar a medalha para serem aceitos socialmente, desfilarem no carro de bombeiro e irem nos programas de TV. Daí, compreendo, a carga emocional envolvida, e a qualquer sinal que o “sonho” possa não se realizar, eles perdem o chão.  Porém, se o propósito é exercer a sua profissão, como deve ser o esporte para profissionais de nível olímpico, eles verão a medalha como resultado profissional, decorrente de uma construção através de treinos, estudos, concentração e metas. Daí ele saberá que nesse trabalho, apenas um ganha, e que o que não ganhou, não é perdedor, pois para chegar até lá, é por que já venceu de todos os outros esportistas no seu país.