O mundo voltou os olhares para o Rio de Janeiro
na semana que passou em decorrência da Rio+20 - Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável. Embora tenha havido inúmeras críticas a
respeito da forma como se deu a geração dos documentos oficiais e a mídia tenha
dado espaço para que cientistas contrários à causa pudessem se expressar, os
movimentos paralelos cumpriram, a meu ver, o papel mais importante, não só
levantando a reflexão de pontos importantes pela sociedade, como também
provocando os legisladores e gestores.
1.
Apoiarem e investirem em pesquisa e
desenvolvimento, visando a demonstrar como métodos humanitários de criação
de animais ajudam a proteger e a desenvolver economias rurais;
2.
Reconhecerem que boas práticas e políticas locais
e globais de criação animal são fundamentais para salvaguardar o bem-estar
das pessoas, dos animais e do planeta como um todo;
3.
Darem apoio formal aos criadores que optarem
por métodos humanitários, oferecendo incentivos e contribuindo para a criação
de políticas de financiamento;
4.
Evidenciarem a importância das fazendas
sustentáveis para o desenvolvimento econômico do país;
5.
Incentivarem os consumidores a optarem por
produtos provenientes de sistemas que adotem boas práticas nas criações de
animais.
A Associação
Ambientalista Ecoforça, com sede em Curitiba participou da Cúpula dos Povos
integrando o Fórum Permanente da Agenda 21 Paraná e o Comitê Paranaense para a
Rio+20 - Com o objetivos de incentivar o
estabelecimento de um novo paradigma de relações entre as pessoas
e as demais espécies com as quais compartilham a existência no planeta,
defendendo o fim do uso e da exploração dos animais para benefício humano.
Para
a Rio+20, a ONG decidiu levar a Campanha 4 Motivos, lançada em setembro de 2009
em reunião ordinária do Fórum Permanente da Agenda 21 e também uma campanha
contra o uso de animais em rodeios, prática que vem crescendo no estado do
Paraná e exige os esforços de todos para que seja desestimulada. A Ecoforça
constata a ausência do movimento de defesa dos animais na Rio+20, compreendendo
que o dia-a-dia das atividades socorristas e da defesa dos animais de companhia
ocupa quase que integralmente as atividades da maioria das ONGs e ativistas e
consome 100% dos seus recursos financeiros. Os integrantes desse movimento não
concordam com as ideias e ações pregados pelos bem-estariastas que segundo sua
visão mascaram e institucionaliza a exploração dos animais ao estabelecerem critérios
rigorosos na criação.
Mesmo sendo nos eventos paralelos a participação da
causa animal foi muito pequena e discreta, tendo em vista a urgência e
necessidade em se debater esses pontos. Questões polêmicas que estão hoje sendo
discutidas pela academia, legisladores, gestores e sociedade e que estão
diretamente ligadas à sustentabilidade, utilização consciente e racional dos
recursos naturais e respeito pela vida, foram negligenciado em prol que
questões mais economicamente “relevantes”. Não que essas questões não sejam
importantes, porém enquanto não entendemos o que significa cada vida
e a importância individual que cada uma delas tem para o funcionamento global
do sistema, estaremos sendo falhos nas nossas percepções e atuações.









