sábado, 5 de maio de 2012

Evolução também atinge moralidade e conceitos de certo e errado na sociedade

 
Por Helyn Barddal
Acadêmica do curso de Biologia

            De onde vem o conceito do que é certo e errado para mim, para você ou para toda uma sociedade? Segundo Wallace (1985), os conceitos de moral estão intimamente ligados com reprodução e perpetuação dos cromossomos de um indivíduo durante gerações. Atos imorais são considerados errados, pois tendem ao insucesso reprodutivo. Se listarmos alguns atos imorais e os analisar frente ao Imperativo Reprodutivo, culminaremos numa resposta em que a falta de capacidade reprodutiva se confunde com imoralidade. Vejam alguns desses atos: estupro, masturbação, necrofila, pederastia, pedofilia, adultério, incesto, homessexualidade, ciúmes e por aí vai. Mas qual a relação de tudo isso com perpetuação da espécie?
            Voltemos então para o homem das cavernas cujo baixo grau de desenvolvimento de seu córtex cerebral era responsável por uma inteligência nada relevante e pelo seu sucesso em se manter nos pequenos grupos. Funcionalmente avaliados pelas mulheres pelo seu potencial e almejando ser escolhido para levar alguns genes adiante na evolução, caso esse homem da caverna possuísse atitudes peculiares ou diferentes do bando, já era excluído do Imperativo Reprodutivo, pois não se admitia transferir essas diferenças às próximas gerações. Então ele não era escolhido e não escolhia (WALLACE 1985). Atualmente não é muito diferente, mesmo com nosso córtex mais desenvolvido, perdemos a capacidade de nos expressar como os homens das cavernas. Desenvolvemos a comunicação, mas aí muitas vezes morremos pela boca e mesmo escolhendo, não somos escolhidos. Aí surge nosso primeiro ato imoral da lista, o estupro, seguido de pederastia e da pedofilia. Esse é o único jeito de impor a transferência de cromossomos numa comunidade em que se é considerado diferente e sem potencial para uma reprodução bem sucedida, coagindo o mais frágil ou fraco.

O capítulo de Genética da Moral (Wallace, 1985) diz que masturbação, sexo anal ou oral são perda de energia, pois não está fecundando uma fêmea, em que poderia estar perpetuando seus cromossomos, além de poder ser preso, machucar sua parceira ou até ferir seus olhos. Você acha que isso são apenas teorias para incrementar um livro? Então não se choque quando vir um caso de zoofilia ou necrofilia em que a necessidade do homem em passar seus genes adiante é tão grande que quando ele se vê excluso por nunca ser escolhido, ele chega ao ponto de abusar de animais que às vezes como algumas crianças ou mulheres que não conseguem se defender. Em alguns casos. os homens chegam ao extremo de gastar seus cromossomos com mulheres que já não podem fertilizar, não por estarem na menopausa ou doentes e até mesmo por estarem mortas, como no caso da necrofilia. Casos assim não são raros e desiquilibram a estrutura da sociedade, o grupo ou a família devendo ser dizimados não só por não fazerem parte do Imperativo Reprodutivo e incentivarem outros indivíduos que tenham esse gene propenso a atividades similares, mas também por fugir as regras coesas impostas à convivência harmoniosa e bem sucedida pelo próprio grupo.
Em alguns países (WALLACE, 1985), quando a menina não está madura reprodutivamente, os pais não se importam dela brincar ou fazer jogos envolvendo sexo, pois sabem que não terão problemas em cuidar de um neto, mas quando ela se torna madura, há uma superproteção dessa menina. A escolha do pretendente é feita a dedo, querem para a filha sempre o perfeito, pois assim há garantias de que futuras gerações não terão genes considerados ruins ou exclusos da sociedade.Mas e se ela engravidar de um primo bonito que há muito não via? Aí não é nada bom, geneticamente sabemos o por quê, e agora também sabemos que deleções e riscos de cromossomos ruins não serão admitidos no grupo em  que vivemos. Por isso a imparcialidade de incestos, não se manda adiante o que não é bom. Corta-se o mal pela raiz, então parentes são parentes e não formam casais.
Mesmo assim esses primos tiveram filhos, e seu amigo homossexual é quem cuidou. Ele não participa do Imperativo Reprodutivo por uma questão lógica, não fecundam fêmeas, mas foram aceitos na sociedade, pois tinham uma inclinação para cuidar de filhos alheios, por isso hoje casais homossexuais brigam tanto na justiça para adotar uma criança e se depender do Estatuto da Diversidade Sexual e de alguns senadores, daqui alguns anos não será mais necessária tanta burocracia para casais homoafetivos terem seus filhos e nem seus filhos sofrerão ou ficarão confusos por ter no RG filiação pai pai ou mãe. Segundo a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)111/2011 os educadores devem abordar a diversidade sexual e consequentemente estimular a prática fazendo uso de material didático e metodologias que proponham a eliminação da homofobia e do preconceito fazendo com que a criança, filha de casal homossexual, não fique constrangida e nem os amigos passem a rir dos seus pais. Até aí concordo, mas o fato de querer tirar os contos infantis protagonizados por casais heterossexuais já abrange toda uma cultura maior, a literatura e a sociedade já sólida com seus conceitos de família pregados desde os primórdios.

            Continuemos com nossas análises Imperativas. Agora você me pergunta, como pode então ciúmes ser imoral se nada tem com sucesso reprodutivo? Aí Wallace (1985) responde e eu concordo. Essa foi a forma que machos e fêmeas descobriram para manter seu parceiro ao lado e sob sua vigilância, não correndo o risco de criar cromossomos alheios. Em alguns casos ele não foi o suficiente para manter o parceiro como comandante apenas daquela linhagem. Alguns ainda insistem em ter duas ou mais caixinhas de doação cromossômica para ter certeza de que passará adiante o seu melhor, ato conhecido popularmente como adultério. Difícil entender o que o adultério tem a ver com essa lista se há nesse caso passagem cromossômica para gerações e sucesso reprodutivo. Por que ele é imoral? Simples!: O pai tem que proteger a prole para que ninguém queira impor ali linhagens que não pertencem a ele, e para isso, deve dar atenção e confiança a essa família. Se ele não consegue fazer isso com uma, quem dirá com várias famílias - com exceção dos haréns dos sultões e caixeiros viajantes -. Isso torna o gene do adultério ruim, inaceitável e tende a ser deletado. Então atos imorais, ilegais ou antiéticos podem ser encarados em termos biológicos e possuem um denominador comum, sexo ou sucesso reprodutivo, então não passe genes ruins do tipo, fraudador, traidor e outros “or” que lhe vier à mente. Eles serão logo deletados e você, esquecido!.

Esse ensaio foi elaborado para a discilplina de Etologia e se baseou nas seguintes obras:

WALLACE, R.A. Sociobiologia, O fator genético. Ibrasa. 1985. 1° Edição        
HAUSER, M. Moral Minds, How Nature Designed Our Universal Sense of Right and Wring. Harper Collins, 2006. 1° edição. Obtido em: http://www.harpercollins.com/browseinside/index.aspx?isbn13=9780060780708

2 comentários:

  1. Adorei a abordagem sobre o assunto, muito bem escrito, realmente nos da outra visão sobre o comportamento na relação entre homem e mulher.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada. Até eu mudei algumas visões sobre o assunto e agora prefiro entender muitas coisas com um olhar mais biológico.

      Excluir