Por Helyn Barddal
Acadêmica do curso de Biologia
De onde
vem o conceito do que é certo e errado para mim, para você ou para toda uma
sociedade? Segundo
Wallace (1985), os conceitos de moral estão intimamente ligados com reprodução
e perpetuação dos cromossomos de um indivíduo durante gerações. Atos imorais
são considerados errados, pois tendem ao insucesso reprodutivo. Se listarmos
alguns atos imorais e os analisar frente ao Imperativo Reprodutivo, culminaremos numa resposta em que a falta
de capacidade reprodutiva se confunde com imoralidade. Vejam
alguns desses atos: estupro,
masturbação, necrofila, pederastia, pedofilia, adultério, incesto, homessexualidade, ciúmes e por aí vai. Mas qual a relação de tudo isso com
perpetuação da espécie?
Voltemos
então para o homem das cavernas cujo baixo grau de desenvolvimento de seu
córtex cerebral era responsável por uma inteligência nada relevante e pelo seu
sucesso em se manter nos pequenos grupos. Funcionalmente avaliados pelas
mulheres pelo seu potencial e almejando ser escolhido para levar alguns genes
adiante na evolução, caso esse homem da caverna possuísse atitudes peculiares
ou diferentes do bando, já era excluído do Imperativo Reprodutivo, pois não se
admitia transferir essas diferenças às próximas gerações. Então ele não era
escolhido e não escolhia (WALLACE 1985). Atualmente
não é muito diferente, mesmo com nosso córtex mais desenvolvido, perdemos a
capacidade de nos expressar como os homens das cavernas. Desenvolvemos a
comunicação, mas aí muitas vezes morremos pela boca e mesmo escolhendo, não
somos escolhidos. Aí surge nosso primeiro ato imoral da lista, o estupro, seguido
de pederastia e da pedofilia. Esse é o único jeito de impor a transferência de
cromossomos numa comunidade em que se é considerado diferente e sem potencial
para uma reprodução bem sucedida, coagindo o mais frágil ou fraco.
O capítulo de Genética da Moral
(Wallace, 1985) diz que masturbação, sexo anal ou oral são perda de energia,
pois não está fecundando uma fêmea, em que poderia estar perpetuando seus
cromossomos, além de poder ser preso, machucar sua parceira ou até ferir seus
olhos. Você acha que isso são apenas teorias para incrementar um livro? Então
não se choque quando vir um caso de zoofilia ou necrofilia em que a necessidade
do homem em passar seus genes adiante é tão grande que quando ele se vê excluso
por nunca ser escolhido, ele chega ao ponto de abusar de animais que às vezes
como algumas crianças ou mulheres que não conseguem se defender. Em alguns casos. os homens chegam ao extremo de gastar seus cromossomos
com mulheres que já não podem fertilizar, não por estarem na menopausa ou
doentes e até mesmo por estarem mortas, como no caso da necrofilia.
Casos assim não são raros e desiquilibram a estrutura da sociedade, o grupo ou
a família devendo ser dizimados não só por não fazerem parte do Imperativo
Reprodutivo e incentivarem outros indivíduos que tenham esse gene propenso a atividades
similares, mas também por fugir as regras coesas impostas à convivência
harmoniosa e bem sucedida pelo próprio grupo.
Em alguns países (WALLACE, 1985), quando
a menina não está madura reprodutivamente, os pais não se importam dela brincar
ou fazer jogos envolvendo sexo, pois sabem que não terão problemas em cuidar de
um neto, mas quando ela se torna madura, há uma superproteção dessa menina. A
escolha do pretendente é feita a dedo, querem para a filha sempre o perfeito,
pois assim há garantias de que futuras gerações não terão genes considerados
ruins ou exclusos da sociedade.Mas e se ela
engravidar de um primo bonito que há muito não via? Aí não é nada bom,
geneticamente sabemos o por quê, e agora também sabemos que deleções e riscos
de cromossomos ruins não serão admitidos no grupo em que vivemos. Por isso a imparcialidade de
incestos, não se manda adiante o que não é bom. Corta-se o mal pela raiz, então
parentes são parentes e não formam casais.
Mesmo assim esses primos tiveram filhos,
e seu amigo homossexual é quem cuidou. Ele não participa do Imperativo
Reprodutivo por uma questão lógica, não fecundam fêmeas, mas foram aceitos na
sociedade, pois tinham uma inclinação para cuidar de filhos alheios, por isso
hoje casais homossexuais brigam tanto na justiça para adotar uma criança e se depender do Estatuto da Diversidade Sexual e de alguns senadores, daqui
alguns anos não será mais necessária tanta burocracia para casais homoafetivos
terem seus filhos e nem seus filhos sofrerão ou ficarão confusos por ter no RG
filiação pai pai ou mãe. Segundo a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)111/2011 os
educadores devem abordar a diversidade sexual e consequentemente estimular a
prática fazendo uso de material didático e metodologias que proponham a
eliminação da homofobia e do preconceito fazendo com que a criança, filha de
casal homossexual, não fique constrangida e nem os amigos passem a rir dos seus
pais. Até aí concordo, mas o fato de querer tirar os contos infantis
protagonizados por casais heterossexuais já abrange toda uma cultura maior, a
literatura e a sociedade já sólida com seus conceitos de família pregados desde
os primórdios.
Continuemos
com nossas análises Imperativas. Agora você me pergunta, como pode então ciúmes
ser imoral se nada tem com sucesso reprodutivo? Aí Wallace (1985) responde e eu
concordo. Essa foi a forma que machos e fêmeas descobriram para manter seu
parceiro ao lado e sob sua vigilância, não correndo o risco de criar
cromossomos alheios. Em alguns casos ele não foi o suficiente para manter o
parceiro como comandante apenas daquela linhagem. Alguns ainda insistem em ter duas
ou mais caixinhas de doação cromossômica para ter certeza de que passará
adiante o seu melhor, ato conhecido popularmente como adultério. Difícil
entender o que o adultério tem a ver com essa lista se há nesse caso passagem
cromossômica para gerações e sucesso reprodutivo. Por que ele é imoral?
Simples!: O pai tem que proteger a prole para que ninguém queira impor ali
linhagens que não pertencem a ele, e para isso, deve dar atenção e confiança a
essa família. Se ele não consegue fazer isso com uma, quem dirá com várias famílias
- com exceção dos haréns dos sultões
e caixeiros viajantes -. Isso torna o gene do adultério ruim, inaceitável e
tende a ser deletado. Então
atos imorais, ilegais ou antiéticos podem ser encarados em termos biológicos e
possuem um denominador comum, sexo ou sucesso reprodutivo, então não passe
genes ruins do tipo, fraudador, traidor e outros “or” que lhe vier à mente.
Eles serão logo deletados e você, esquecido!.
Esse ensaio foi elaborado para a discilplina de Etologia
e se baseou nas seguintes obras:
WALLACE, R.A. Sociobiologia, O fator genético. Ibrasa. 1985. 1° Edição
HAUSER, M. Moral Minds, How Nature Designed Our Universal Sense of Right and Wring.
Harper Collins, 2006. 1° edição. Obtido em: http://www.harpercollins.com/browseinside/index.aspx?isbn13=9780060780708
Adorei a abordagem sobre o assunto, muito bem escrito, realmente nos da outra visão sobre o comportamento na relação entre homem e mulher.
ResponderExcluirObrigada. Até eu mudei algumas visões sobre o assunto e agora prefiro entender muitas coisas com um olhar mais biológico.
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