George - meu novo aluno e colega de profissão - me trouxe hoje uma notícia que acabei perdendo diante dos milhares de trabalhos que tive para corrigir nos últimos dias e confesso custei a acreditar. Coincidentemente estamos começando a estudar os Pseudocelomados e estava refletindo com meus alunos a respeito da dificuldade em compreender a filogenia de inúmeros filos que até pouco tempo eram classificados como Aschelminthes. Pontuei que uma das dificuldades era a falta de tecnologia e me referi que não conhecíamos quase nada dos seres marinhos, considerando que a maior profundeza estava a cerca de 12 km e havíamos explorado cerca de 1 km. E, que embora dominemos bem a tecnologia para explorar o universo, pouco havíamos avançado na exploração dos oceanos e que os verdadeiros “extraterrestres” - que tanto procuramos - estão mais perto do que pensamos.
A bomba está sendo noticiada em inúmeros sites e programas de TV. Domingo, 26 de março de 2012, o renomado diretor de filmes recordes de bilheteria e de oscares “James Cameron” tinha alcançado a maior profundeza do planeta: o famoso vale Challenger Deep na Fossa das Marianas com quase 12 quilômetros de profundidade, a leste das Filipinas, Oceano Pacífico.
Essa notícia é fantástica, primeiro para ciência, uma vez que desenvolver um equipamento que permita conhecer os animais e a vida em altas profundidades irá nos trazer muitas explicações. Já temos equipamentos que trazem os animais até a superfície, mas não tínhamos como observar o seu dia-a-dia. E embora a utilização de equipamentos desenvolvidos para as guerras em ciência tenha sido uma realidade após as grandes guerras, não houve grandes investimentos no aprimoramento desses equipamentos para que alcançassem grandes profundidades por longos períodos e sem causar danos físicos para os tripulantes. Logramos alguns avanços, mas menos do que esperávamos, alguns submarinos não tripulados, algumas imagens e amostras que renderam muitos documentários (veja uma parte do documentário do prórpio diretor Criaturas das Profundezas - Aliens of the Deep). Mas a minha maior surpresa é o que o James Cameron estava fazendo lá? Onde estão os cientistas? Biólogos? Oceanógrafos? Será que ele foi procurar superar o brilho de Júlio Vener em 20 mil léguas submarinas? Ele conseguiu 35.000 pés! Foram sete anos de preparo; Investimento da National Geographic em equipamentos para ter imagens inéditas em 3D; Anos de preparo físico com corridas e yoga para aguentar o contorcionismo em um submarino de 8 m; a pressão 1.000 vezes superior, equivalente a ser espremido por todos os lados pelo peso de 50 aviões; e o mais importante o relógio da rolex que suporta 12.000 metros de profundidade! Cameron demorou cerca de 3 horas para descer, ficou 70 minutos, e, o mais importante, levou 2,4 metros de lâmpadas de LED, pois o local era muito escuro, não dava pra ver nada! Fico imaginando o impacto na fauna de um local que nunca viu a luz, algumas pesquisas mostram que alguns crustáceos Remipedia de cavernas submarinas morrem apenas em decorrência da luz da filmadora! E daí, depois de todo esse preparo, investimento e expectativa Cameron me pareceu tão frustrado em não encontrar a dona lula gigante em casa que comenta "O lugar era muito Lunar, muito desolado, muito isolado. Minha sensação era de completo isolamento de toda a humanidade. Senti como se literalmente no espaço de um dia, eu tivesse ido para outro planeta e voltado." "Vi criaturas parecidas com camarões, não maiores do que 3 centímetros". É, mas o feito não foi tão fantástico assim, pois na década de 1960, com bem menos tecnologia o tenente da Marinha americana Don Walsh e o oceanógrafo suíço Jacques Piccard a bordo do submersível Trieste, ficaram 20 minutos na Depressão Challenger. Na ocasião também não deu pra ver muita coisa, pois a visão foi obscurecida pela areia levantada durante o pouso do veículo. E embora seja atribuído a eles esse recorde, não foram tão aclamados. É... os avatares fazem muita diferença na vida da gente!
A bomba está sendo noticiada em inúmeros sites e programas de TV. Domingo, 26 de março de 2012, o renomado diretor de filmes recordes de bilheteria e de oscares “James Cameron” tinha alcançado a maior profundeza do planeta: o famoso vale Challenger Deep na Fossa das Marianas com quase 12 quilômetros de profundidade, a leste das Filipinas, Oceano Pacífico.
Essa notícia é fantástica, primeiro para ciência, uma vez que desenvolver um equipamento que permita conhecer os animais e a vida em altas profundidades irá nos trazer muitas explicações. Já temos equipamentos que trazem os animais até a superfície, mas não tínhamos como observar o seu dia-a-dia. E embora a utilização de equipamentos desenvolvidos para as guerras em ciência tenha sido uma realidade após as grandes guerras, não houve grandes investimentos no aprimoramento desses equipamentos para que alcançassem grandes profundidades por longos períodos e sem causar danos físicos para os tripulantes. Logramos alguns avanços, mas menos do que esperávamos, alguns submarinos não tripulados, algumas imagens e amostras que renderam muitos documentários (veja uma parte do documentário do prórpio diretor Criaturas das Profundezas - Aliens of the Deep). Mas a minha maior surpresa é o que o James Cameron estava fazendo lá? Onde estão os cientistas? Biólogos? Oceanógrafos? Será que ele foi procurar superar o brilho de Júlio Vener em 20 mil léguas submarinas? Ele conseguiu 35.000 pés! Foram sete anos de preparo; Investimento da National Geographic em equipamentos para ter imagens inéditas em 3D; Anos de preparo físico com corridas e yoga para aguentar o contorcionismo em um submarino de 8 m; a pressão 1.000 vezes superior, equivalente a ser espremido por todos os lados pelo peso de 50 aviões; e o mais importante o relógio da rolex que suporta 12.000 metros de profundidade! Cameron demorou cerca de 3 horas para descer, ficou 70 minutos, e, o mais importante, levou 2,4 metros de lâmpadas de LED, pois o local era muito escuro, não dava pra ver nada! Fico imaginando o impacto na fauna de um local que nunca viu a luz, algumas pesquisas mostram que alguns crustáceos Remipedia de cavernas submarinas morrem apenas em decorrência da luz da filmadora! E daí, depois de todo esse preparo, investimento e expectativa Cameron me pareceu tão frustrado em não encontrar a dona lula gigante em casa que comenta "O lugar era muito Lunar, muito desolado, muito isolado. Minha sensação era de completo isolamento de toda a humanidade. Senti como se literalmente no espaço de um dia, eu tivesse ido para outro planeta e voltado." "Vi criaturas parecidas com camarões, não maiores do que 3 centímetros". É, mas o feito não foi tão fantástico assim, pois na década de 1960, com bem menos tecnologia o tenente da Marinha americana Don Walsh e o oceanógrafo suíço Jacques Piccard a bordo do submersível Trieste, ficaram 20 minutos na Depressão Challenger. Na ocasião também não deu pra ver muita coisa, pois a visão foi obscurecida pela areia levantada durante o pouso do veículo. E embora seja atribuído a eles esse recorde, não foram tão aclamados. É... os avatares fazem muita diferença na vida da gente!
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