Por Adriane Keiko, Marina Silveira, Renan Salvati, Vanessa Portella
Acadêmicos do curso de Ciências Biológicas
A teoria evolutiva é uma das perspectivas que traz grandes contribuições para o estudo do comportamento. Desde que o livro “A origem das espécies” de Charles Darwin foi publicado, com sua primeira edição em 1859 surgiu o objetivo de estudar os mecanismos do comportamento. Darwin demonstrou de maneira conclusiva que as espécies não são eternas e imutáveis, elas evoluem. A origem de novas espécies foi mostrada como sendo resultado da “descendência com modificação”, através de um processo evolutivo irracional mecânico, a seleção natural.
No ano de 1930 surgiu o ramo da ciência denominado "Etologia", que propõe uma metodologia científica para estudar o comportamento animal. Os pioneiros nesta área foram Konrad Lorenz e Nikolaas Tinbergen. Tinbergen em 1951 postulou que haveria quatro questões principais que norteariam as pesquisas em comportamento animal: as causas imediatas de um determinado comportamento, como ele se desenvolve durante a vida do indivíduo, qual a sua função, como ele se desenvolveu durante a evolução. Desde então, o aprimoramento metodológico, a maior compreensão da história natural das espécies e a interface com outras ciências permitiram transformações no campo de estudo do comportamento animal.
O desenvolvimento da ecologia comportamental, da etologia e da cognição comparativa nos últimos anos, tem contribuído para enriquecer uma série de mecanismos cognitivos e problemas funcionais. Hoje, sabemos que as concepções que as pessoas têm em relação ao comportamento e às funções cognitivas em animais, tornaram-se um tema relevante para a compreensão do relacionamento entre outros animais e seres humanos.
Entende-se que, ao se compreender os mecanismos que determinam os padrões de comportamento natural dos animais e suas respectivas funções, que lhes conferem valor adaptativo para sobrevivência, os programas de conservação, produção animal, criação em cativeiro, relação médico-paciente e de educação ambiental poderão ser eficientemente desenvolvidos, respeitando-se os aspectos psicobiológicos das espécies.
O campo de estudo da etologia permite-nos compreender melhor muitos aspectos do comportamento humano. É somente desvelando a evolução humana e voltando-nos para nossos parentes primatas que podemos ter uma pequena ideia de todos os fatores que nos trouxeram até aqui, e assim deliciarmo-nos com a incrível magia de sermos o que somos com tantas possibilidades que poderiam ter nos levado para outros caminhos.
Os estudos etológicos não deixam de prestar atenção ao substrato orgânico do comportamento, na medida em que todo comportamento supõe um organismo vivo cuja organização anátomo-fisiológica apresenta graus de complexidade diversa nas espécies. Assim, os estudos comparados de anatomia, embriologia e fisiologia sempre formaram parte do contexto, quando não do próprio campo dos estudos etológicos, levando Hinde (1988) a tratar, no caso da etologia humana, de uma "dialética dos níveis de complexidade social" que envolve desde as estruturas nervosas endócrinas até a estrutura sociocultural e o meio ambiente no seio dos quais acontecem às interações individuais e grupais.
Estudar etologia nos permite conhecer e saber por que os comportamentos existem e o que eles querem dizer em relação à vida cotidiana de animais de todas as espécies. Pesquisas surgem a todo o momento sempre em busca de explicações que justifiquem tais situações vividas pelas espécies. Por isso podemos dizer que o estudo da etologia é indispensável para o conhecimento da biologia como um todo, para que assim, possamos explicar e entender porque o planeta é assim hoje.
Nós acadêmicas de Biologia acreditamos que o estudo da etologia deveria ser aplicado em todas as instituições de ensino, desde crianças a adultos, pois estudar etologia é muito além de mesclar os conteúdos de Biologia, o grande diferencial de se utilizar o estudo do comportamento, tanto nos livros, quanto em outros lugares, é a possibilidade de trabalhar com animais vivos (através da observação de animais, por exemplo). Diferente do que é apresentado por muitos outros conteúdos da Biologia (como anatomia e fisiologia, ecologia e taxonomia), onde os animais são estudados quando estão mortos ou são vistas apenas figuras destes animais. O estudo do comportamento animal pode ser utilizado como subsídio para explicar os mais diversos conteúdos de Biologia. Observar, buscar e compreender o comportamento dos animais instiga a curiosidade dos alunos sobre os mecanismos e adaptações envolvidos nos diferentes comportamentos que os animais apresentam. Após essa visão, é possível compreender como os animais utilizam e convivem em seu meio e como necessitam do meio para sobreviver. Esses conhecimentos podem ser utilizados para os estudos de preservação e conservação dos animais.
Este ensaio foi elaborado para disciplina de etologia e foi baseado nas obras:
DEL-CLARO, K. (2004) Comportamento animal - uma introdução à ecologia comportamental. Editora Livraria Conceito.
Etologia humana: o exemplo do apego.
Disponível em: http://www.nac.ufpr.br/artigos_do_site/2004_
Acessado em 17 de março de 2012.
Etologia e habilidades de ensino: devemos prestar atenção aos processos de comunicação não-verbal entre os seres humanos.
Disponível em: http://didaticadafilosofia.wordpress.com/2011/08/18/etologia-e-habilidades-de-ensino-devemos-prestar-atencao-aos-processos-de-comunicacao-nao-verbal-entre-os-seres-humanos/
Acessado em 17 de março de 2012
Oi Marta, bom dia tudo bem ?
ResponderExcluirEstou fazendo um trabalho de biologia onde preciso de uma pesquisa da origem e evolução da vida e das especies, li seu texto adorei bem dinâmico .. só fiquei com uma duvida se se encaixa tbm na vida e evolução das espécies? Bjss Parabens