Blog de discussão e aplicação de conhecimentos científicos no dia-a-dia, destinado para alunos e interessados na Ética Prática, Dialogante e Multidisciplinar própria da Bioética!
sábado, 7 de abril de 2012
Faz Sentindo não ter Sentidos?
Ontem assisti ao filme indicado por Maria Consuelo, aluna da Psicologia “Sentidos do Amor” , o filme é bem interessante e remete a uma reflexão se seria possível um mundo sem sentidos. Nas aulas de Etologia buscamos definir comportamento considerando os diferentes mecanismos envolvidos na percepção do mundo e na busca do equilíbrio entre o nosso interior e o meio exterior. De uma maneira bem reducionista, nosso comportamento, envolvendo os processos mentais, são meios que nossas células utilizam para que o conjunto permaneça idôneo e consiga sobreviver o maior tempo possível para, que assim, uma cópia do conjunto seja passada para frente. Dawkins no livro “o gene egoísta” lançou a ideia que foi corroborada por inúmeros outros “pensadores” do tema. Sabemos também que precisamos nos adaptar para continuar a jornada, uma vez que o ambiente é instável, atualmente a psicologia denomina de personalidade resiliente, aquelas pessoas que até levam o baque dos problemas da vida, entortam, mas se recuperam e voltam ao equilíbrio, sem quebrar! Na natureza também temos os animais mais e menos especialistas e generalistas e são justamente os segundos que estão conseguindo superar as modificações impostas por nossa espécie. No filme de David Mackenzie um chef de cozinha e uma epidemiologista vivem um romance em um momento de grandes transformações do mundo. Uma epidemia detona com um a um de nossos sentidos, pelo menos quatro dos melhores conhecidos, nesta ordem: olfato, paladar, audição e visão. Antes de cada perda um comportamento relacionado ao sentido, depois de cada perda uma busca de adaptação. Será possível viver com apenas um sentido? O tato? Cada sentido tem um sentido, nos remete a uma emoção e nos direciona para um lado, relevante naquele momento. Sabemos que a visão domina nosso racional, mas quando fechamos os olhos ouvimos com mais clareza, sentimos os cheiros e os toques. Mas eles estavam ali o tempo todo compondo nossa conexão com o mundo, só não estávamos conscientes deles, aliás, não estamos conscientes também de tudo que vemos (ver a série lie to me). O filme veio em uma boa hora, estamos pensando a etologia e estamos tentando entender como os animais vem e vivem a vida. Eu já havia me impressionado com as trigêmeas cegas e surdas e hoje parei para pensar mais um pouquinho. Recomendo para quem quiser pensar comigo.
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