Por Érika de Jorge Ronconi e Larissa Sipioli
A ciência procura há décadas as origens do comportamento homossexual. Já foram cogitadas várias diferenças físicas entre heterossexuais e homossexuais, porém foi mostrado que algumas partes do cérebro de homossexuais podem funcionar de maneira semelhante ao cérebro de uma pessoa do sexo oposto. Assim como os homens, as lésbicas têm o lado direito do cérebro maior do que o esquerdo. Já mulheres e gays têm as duas metades simétricas.
Atualmente se sabe que a assimetria entre os hemisférios é formada entre o trimestre final da gravidez e logo após o nascimento, portanto acredita-se que as diferenças são moldadas ainda no útero materno. Isso prova que existem causas biológicas para a homossexualidade não sendo apenas uma escolha pessoal, moldada por experiências de vida. Além do assunto sobre homossexualidade não ser totalmente esclarecido, atualmente os casais homossexuais querem adotar crianças, constituindo uma família. A noção de família vem se modificando ao longo dos anos. A maior mobilidade para constituição e dissolução dos vínculos familiares torna a liberdade de escolha fundamental para sua constituição (Uziel, 2002).
No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente, seguindo as diretrizes da Constituição Federal, não restringe família à existência dos dois sexos como casal parental, basta que exista um e sua prole, oferecendo reconhecimento e visibilidade para uma situação fática. Entre os novos arranjos familiares, os compostos por pais gays são os mais controversos, embora a educação de crianças por pais homossexuais não seja novidade. A estabilidade do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo e seu desejo de ter filhos desperta a curiosidade de muitos, que desconfiam de uma impossibilidade, inadequação, impropriedade. Aquele que opta por uma relação cuja procriação não é possível se auto-condena a não ter filhos, mas hoje são três as possibilidades de um homossexual ser pai ou mãe: filhos de uma união heterossexual anterior, pela adoção ou através da tecnologia.
A visão de negação da natureza, ou de transgressor da ordem, seja ela biológica, moral, religiosa, social que é contra a parentalidade homossexual. Essa idéia de negação da paternidade em função da escolha de parcerias do mesmo sexo é uma justificativa para o estranhamento da parentalidade gay, pois a procriação, ainda que potencial, determina a constituição de uma família. O receio de entregar crianças à mães lésbicas é: a probabilidade de tornar-se homossexual, do estigma e da rejeição em função de ser filho de homossexual e do possível desenvolvimento de patologias. Porém o que anima é que não há uma tendência a se reconhecer na parceira da mãe a figura do pai, mas uma outra mãe, uma irmã mais velha. Sendo que a homossexualidade refere-se ao exercício da sexualidade, e as funções parentais não exigem o exercício da sexualidade, como no caso dos Albatrozes-de-laysan. A conclusão parece ser que não há nada, até o momento, que contra-indique a maternidade ou paternidade em função da orientação homossexual. A questão sobre a opção sexual pelo mesmo sexo é muito discutida, quanto a ser algo natural ou não. Logo adoção de crianças por casais homossexuais a discussão é ainda maior e mais polêmica. As opiniões são variadas em relação ao bem estar da criança gerada ou adotada pelo casal. Sendo muito difícil hoje chegar a alguma conclusão.
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