sábado, 2 de julho de 2011

O que você pensa sobre os zoológicos?


Para quê servem os Zoológicos? Conservação de espécies ou vitrine de animais? O que busca alguém que vai ao Zoo no domingo com toda a família? Aprender sobre o comportamento dos animais ou ver um animal feroz dominado pelo homem? Se for conhecer o comportamento do animal e proporcionar a eles boas condições de bem-estar muita coisa precisa ser revista. Felizmente esse tema vem sendo mais debatido, cada vez mais alunos da Biologia desenvolvem seus trabalhos de conclusão de curso sobre o tema e meus alunos da Psicologia também têm mostrado sensibilidade para a questão. Semana passada o caderno Planeta Terra do jornal O Globo trouxe uma matéria mostrando que apenas 44 dos 111 zoológicos nacionais cumprem a legislação. A matéria foi motivada pela crise que o ZooNit (Zoológico de Niterói) tem passado e que tem motivado a perda de vários animais. Os zoológicos brasileiros têm sérios problemas nas instalações (tamanho e enriquecimento), na equipe técnica (o ideal seria terem além de veterinários: biólogos, zootecnistas, nutricionistas, educadores ambientais), na dieta e até com outros animais que invadem o recinto como os urubus e pombos. Manter um zoológico não é barato, os dados apresentados pela matéria, registram que o ZooNit precisa de até R$ 60.000 por mês. E outra questão que levantamos é a cobrança de taxa de visitação e o direcionamento dessa verba para melhoria dos recintos e contratação de monitores e técnicos para fazerem o enriquecimento ambiental, alimentar, sensorial, cognitivo e social desses animais. A matéria também alerta para a questão de que animais raros e bonitos são preferidos e animais comuns ou que demandam muito custo - como leões que precisam de mais de 5 kg de carne por dia além de um recinto grande – além de rejeitados acabam indo parar nos CETAS ficando nesses locais de passagem por tempo indeterminado. Países do primeiro mundo mostram que é possível sim ter bons zoológicos, promover educação ambiental e principalmente bem-estar para os animais. O Zoo de San Diego apresenta recintos em que os visitantes são isolados dos animais por passagens a prova de cheiro, sons e visão e possuem monitores de diferentes nacionalidades (vejam o site que show: conservação, educação, vídeos...). Muitos de meus alunos da disciplina de Etologia aplicam seu etograma em animais presentes no Zoo de Curitiba e apesar das adequações que ainda são necessárias fazer, a presença de profissionais que respeitam os animais e o público é o ponto fundamental e eu tiro o meu chapel. Os alunos relataram terem sido assessorados e suas dúvidas esclarecidas tanto pela Bióloga quanto pelos tratadores que muito contribuíram para sua formação.

2 comentários:

  1. Olá, meu nome é Daniel e sou aluno do 7a semestre do curso de psicologia.Pesquisando sobre etologia no google foi que encontrei seu blog, que por sinal é muuito legal.Minha esposa é biologa com especialização em manejo e conservação da fauna silvestre e mestrado ainda não completado em comportamento animal. Sempre adoramos animais, sendo eles que inicialmente nos aproximou.
    A respeito dos zoológicos, não concordo que se possa trabalhar educação ambiental tendo animais dentro de "aquários".Dificilmente alguem que procure um zoo está em busca de conhecimento, estão sim sendo motivados pela curiosidade e fascinação que os animais despertam ou com o intuito de entreter seus filhos.

    Parabens pelo blog

    abraço

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  2. Zoológicos são lugares aonde o animal não tem paz, não tem vida, não são valorizados. Impossível ensinar educação ambiental mostrando um animal enjaulado e não em seu habitat natural. Pessoas nem deveriam ter acesso a zoológicos e estes deveriam ser centros de pesquisa pra conservação das espécies que ali estão. Ir ao zoológico é torturante. Olhar pra cada animal e sentir que não era ali que ele queria estar, que ele está triste, desanimado, se sentindo deslocado. Bom é ver um animal saltitante, com energia, vibrante.
    Tá ai o que penso prof
    Bjs

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