Outro tema polêmico permeia as discussões na nossa comunidade: os cultos religiosos têm o direito de sacrificarem e torturarem os animais em nome de suas crenças (veja o trabalho de Yannick Yves Andrade Robert)? A liberdade religiosa de um país laico está condicionada ao direito de fazerem os animais sofrerem? Será que tanta dor e sofrimento pode trazer uma “energia positiva” que toda religião prega? Sabemos que na Bíblia tem-se referência a sacrifício de animais – os quais na época eram os bens mais preciosos que as pessoas ofereciam a Deus em nome de sua fidelidade. Mas esses atos são cabíveis nos nossos dias? (veja a opinião da Artigo da ecologista Leatrice Borges Piovesan) Devemos considerar toda burocracia para coletarmos, estudarmos e fazermos experimentos científicos nas universidades. Devemos submeter nossos projetos aos comitês de ética além de termos autorizações de coleta e captura emitidas por órgãos competentes. E Ressalvo - que para maioria de nós - o que queremos é o bem para os animais. Tempos atrás quando estudava os caramujos Megalobulismos paranaguenses – nosso lindo caramujo gigante brasileiro, presente na lista de animais em risco de extinção – fiquei sabendo que as crianças do local vendiam exemplares raríssimos a R$ 5,00 para serem utilizados em rituais.
No Rio Grande do sul o deputado Edson Portilho do PT criou em 2008 uma lei que permite a tortura e o sacrifício dos animais em ritos religiosos. Enquanto que na Holanda uma lei proíbe o sacrifício de animais em rituais - mesmo indo contra oposição dos partidos cristãos e das organizações muçulmanas e judaicas. Na Holanda existe um Partido para os Animais (que possui duas cadeiras no Parlamento) e que aceitou um acordo criando uma emenda que permite às organizações muçulmanas e judaicas realizar sacrifícios caso demonstrem cientificamente que seu método causa menos dor ao animal do que as formas "regulares" de sacrifício. A pesquisa acadêmica foi de grande importância para que a proposta de lei contasse com a maioria do Parlamento. De acordo com especialistas, cerca de 2 milhões de animais são sacrificados anualmente em rituais na Holanda (imagina no Brasil!). Ao aprovar a lei, a Holanda se soma a Suécia, Noruega, Áustria, Estônia e Suíça, que também contam com leis que proíbem este tipo de práticas.
Sou gaúcho e nasci na cidade com maior comunidade com religião afro do Brasil. A cidade se chama Rio Grande, está localizada ao sul do RS. A maioria das pessoas imagina que a maior concentração de pessoas com religiões afro se encontram na Bahia, mas estão enganadas.
ResponderExcluirÉ quase impossivel andar pela cidade e encontrar uma encruzilhada sem oferenda, e na maioria dessas oferendas se encontra um animal que foi torturado e morto nesses rituais.
Geralmente eles matam galinhas e galos, mas é comum também encontrar cabritos (ou seus crânios), pombas e até mesmo cães e gatos de pelagem escura. Uma verdadeira chacina. Pelo menos uma ou duas vezes por ano também são encontrados crânios humanos, furtados do cemitério da cidade ou de cidades vizinhas.
A lei de Edson Portilho é incostitucional, já que ela vai ela não respeita e ignora a lei 9.605-98.
Com relação à Bíblia, é claro que o sacrifício de animais é uma peça central na religiosidade judaica, os judeus não podem mais fazer sacrifícios porque essa lei só é válida quando eles tem o templo (o templo de salomão foi destruído pelos romanos cerca de 35 anos depois que Cristo se foi). Se o templo estivesse de pé eles sacrificariam animais para que a morte deles suprisse os seus pecados e/ou honrasse a Deus, entretanto, não se trata de um sistema cruel e antiquado, simplesmente porque, os sacerdotes que realizavam o sacrifício aproveitavam o produto animal após o seu sacrifício, usando a gordura animal para diversos fins, e a carne para alimento, alem do couro e dos ossos. Tudo isso de uma forma muito mais digna do que a que podemos ver na indústria HOJE. Os matadouros são responsáveis por uma carnificina técnica e massiva que incorre em muito sofrimento e desperdício.
ResponderExcluirMas, com relação às religiões 'afro', que possuem muito valor para a antropologia cultural regional, os animais são mortos e seus restos não são aproveitados. Isto é um problema.
Como evitar esta situação nefasta?(perceba que isto não é uma crítica às religiões deste tipo, apenas uma tentativa de resolver as consequencias dessa prática espiritual) Pois se de um lado é inadmissível legalizar um holocausto de animais que despreza seus corpos, também é inadmissível tolir a prática autêntica desta regiosidade.
Sou cristão, protestante e estudante de biologia. filho de professor de sociologia, me intriguei pela antropologia cultural de Levi Strauss.
parabéns pelo blog. Trabalhamos pela defesa da diversidade religiosa, mas também pelos direitos dos animais. E está na hora das religiões assumirem sua responsabilidade com a proteção ambiental e com os animais.
ResponderExcluirum ótimo 2012.
parabéns pelo blog.
ResponderExcluirNós trabalhamos pela diversidade religiosa, mas também pelos direitos dos animais e acreditamos que está na hora das religiões, não importa quais, assumirem sua responsabildiade com a proteção ambiental e com a qualidade de vida dos animais.
Um ótimo 2012