Estratégias reprodutivas: o sexo do bebê é acaso ou escolha?

Descartando, obviamente, a fertilização in vitro, seria possível manipular o corpo feminino e definir o sexo da criança? Como sabemos o óvulo é sempre X, e os espermatozóides podem ser X ou Y, logo eles definirão o sexo da criança. Há uma crença popular que os Y, resistem melhor no meio alcalino, possuem a cabeça menor e são mais rápidos que Já os espermatozóides X, resistem mais ao meio ácido, são mais resistentes e conseguem sobreviver mais tempo no organismo feminino. Como tal existe a teoria de que conhecendo o ciclo da ovulação é possível aumentar as possibilidades de se ter uma criança do sexo pretendido. Assim, se a relação sexual for no dia da ovulação, como os espermatozóides Y são mais velozes, a probabilidade de fecundar o óvulo e ter XY é maior, e como tal maiores as probabilidades de ter um menino. Se a relação sexual ocorrer nos dias imediatamente anteriores à ovulação, tendo em conta que os espermatozóides X são mais resistentes, é maior a probabilidade de ter uma menina. Porém, o mais bacana é que quem define qual espermatozóide será escolhido é o óvulo. Assim, óvulos com mais energia serão fecundados por espermatozóides mais fortes, gerando meninos, enquanto óvulos com menos energia serão fecundados por espermatozóides mais fracos gerando meninas. Logo, se possuem muita energia em relação a seus companheiros, sempre terão filhos homens. A questão é se mulheres que possuem baixa quantidade de energia, poderiam gerar meninos, caso mudasse o hábito alimentar, dando mais energia para o óvulo. Ressalva-se que para maximizar essas chances os homens deveriam fazer a dieta ao contrário. No mundo animal, essa formula é especialmente importante para animais territoriais e já foi comprovada para cervos, por exemplo. Nesse caso, ter um filho macho significa lhe dar chance de ser competitivo, para poder fecundar outras fêmeas e deixar descendentes. Assim, se a fêmea não tem condições físicas de gerar e amamentar e prover um bom território para um filhote macho, o mais sensato é ter uma menina, pois ela não precisa ser forte e competitiva e sempre terá um macho disposto a acasalar com ela. E por piores que sejam seus filhos, a avó terá certeza que deixou descendentes, o que não é verdadeiro para um neto pouco competitivo que não tem certeza da sua descendência. Parece que essa estratégia reprodutiva é uma herança animal no repertório comportamental humano. Um método de manipulação foi descoberto na França, por um cientista que desenvolveu uma dieta vegetariana e após o nascimento de quatro filhas mulheres, conseguiu ter um garoto. No método francês para gerar filhos homens era necessário ingerir açúcar, e filhas evitá-lo, uma vez que o açúcar possui muita energia ao contrário do salgado. Em regiões brasileiras onde normalmente os habitantes exageram na alimentação muito calórica nascem mais meninas que meninos. Um estudo alemão publicado na revista Science, de 28/03/2003, revela que um grupo de cientistas chefiados por Hanns Hatt descobriu que os espermatozóides se atraem por essências florais (perfumadas). Os cientistas estudam agora se os óvulos produzem tais substâncias.

De acordo com outra pesquisa realizada nas universidades Delft e Maastricht, na Holanda e Publicado no Reproductive BioMedicine Online, adotar uma dieta rica em cálcio e magnésio e ter relações sexuais dias antes do pico ovulatório aumentam para 81% as chances de o embrião ser do sexo feminino, o estudo pediu que as mulheres ingerissem alimentos como frutas, legumes e arroz, além de tomar suplementos de cálcio e magnésio, durante nove semanas antes da concepção. As participantes também evitaram alimentos com níveis altos de potássio (batatas, por exemplo), um mineral que possivelmente aumenta as chances de conceber meninos. Os casais foram orientados a manter relações sexuais três ou quatro dias antes da ovulação. O objetivo era favorecer os espermatozóides com cromossomos femininos, que demoram mais tempo para atingir o óvulo do que os espermatozóides com cromossomos masculinos. O resultado: das 32 mulheres que seguiram o programa completo, 26 tiveram meninas. Entretanto, a bióloga da Gender Consult Annet Noorlander acredita que a dieta tem mais influência no sexo do bebê do que o período da concepção. A explicação seria a quantidade e os tipos de minerais (que mudam de acordo com a alimentação) presentes na corrente sanguínea da mulher. Deve-se considerar, também, que dependendo do que a mulher ingere pode alterar o Ph vaginal, e a seleção do espermatozóide ser feita antes mesmo dele entrar no seu organismo. No caso das meninas uma alimentação rica em doces e carboidratos parece acidificar o pH da vagina e facilitar a sobrevivência do espermatozóide masculino. Já para se ter um menino deve-se privar a mulher de carboidratos e doces, e fazer uma alimentação mais rica em verduras, legumes e comida salgada, que deixaria o pH da vagina mais básico e facilitaria a ascensão do espermatozóide masculino.

Veja mais: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI207897-10544,00.html

Hanns Hatt: http://www.imprs-cb.mpg.de/index.php?option=com_content&view=article&id=15%3Ahanns-hatt&catid=3&Itemid=15

Gender Consult Annet Noorlander: http://www.themedguru.com/20110104/newsfeature/want-have-daughters-eat-green-veggies-says-study-86143236.html