terça-feira, 2 de novembro de 2010

Japonês é tudo igual?


Um novo estudo publicado por Roberto Caldara - Universidade de Glasgow, Escócia - na revista científica "PNAS" mostra que o fato do cérebro não discriminar características faciais de determinadas etnias tem a ver com formação de grupo. Mais uma vez passamos por um velho paradoxo e gerador de muitos problemas para nós: um corpinho de 100.000 anos e uma cultura que muda muito rapidamente. É como se fosse um software de última geração em um hardware do século passado... Resultado: bug! Se considerarmos que nossa estrutura cerebral foi moldada para convivermos com cerca de 150 pessoas - e que a poucos anos atrás o convívio com grupos distintos era raro – nosso cérebro está preparado para generalizar os que são diferentes de nós e discriminar os indivíduos do nosso grupo. O que faz sentido, pois não preciso descriminar o inimigo, apenas saber que não é do meu grupo. Já no meu grupo, preciso estabelecer uma relação individual com cada membro, e lembrar de coisas boas e ruins associadas a ele que levarão aos estabelecimento de elos. O estudo mostrou que a face de pessoas da mesma etnia é decorada muito mais rapidamente, enquanto que de outra etnia era difícil saber se o rosto era inédito ou não. A tentativa de reconhecer um rosto exige mais atividades neurais, principalmente nas áreas do cérebro ligadas ao reconhecimento facial, como o córtex extra-estriado, muitas vezes em vão. Desta forma, um japonês também vai achar os caucasianos todos iguais. A questão é que atualmente vivemos em cidades com muitas etnias, logo se a pessoa treinar o seu cérebro conseguirá diferenciar entre chinês, coreano e japonês, por exemplo, mas mesmo assim, ainda achará eles muito parecidos.

Veja a matéria completa: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/824279-estudo-explica-por-que-ocidentais-veem-orientais-todos-iguais.shtml
Veja o artigo científico: http://www.pnas.org/content/early/2010/10/27/1005751107.abstract?cited-by=yes&legid=pnas;1005751107v1
Site pessoal do autor: http://www.psy.gla.ac.uk/~roberto/index.php?page=0

Um comentário:

  1. Interessante. Vamos ver se com um pouco de treino (e atenção) eu realmente consigo distinguir. :D

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