Essa semana (26 e 27) será a apresentação dos resultados do PIBIC, esse ano tivemos a Carolina Magno e o Adam Coelho com seus trabalhos com o Caramujo Africano. Abaixo deixo o resumo para quem tiver interesse em presenciar os trabalhos e obter mais informação das nossas pesquisas.
COMUNICAÇÃO QUÍMICA NO CARAMUJO INVASOR Achatina fulica BOWDICH, 1822 (MOLLUSCA; ACHATINIDAE): REAÇÃO A EXTRATOS PRESENTES EM MATRIZES ORGÂNICAS
Adam Coelho de Aguiar –
Introdução: O caramujo africano Achatina fulica Bowdich, 1822 é uma espécie invasora de importância mundial há mais de um século, causadora de impactos ambientais, econômicos e de saúde pública. Ocorrem em elevadas densidades, utilizam a comunicação química como forma de orientação pelo ambiente promovendo a agregação, protegendo-se contra a dessecação e predação. Logo, a compreensão dos mecanismos naturais de atração do caramujo pode ser um importante aliado nos planos de controle e manejo, subsidiando a elaboração de armadilhas específicas. Objetivos: Objetivou-se avaliar a atratividade e o comportamento de jovens e filhotes de A. fulica diante de compostos presentes em matrizes orgânicas. Método: Utilizou-se um olfatômetro de escolha binária em forma de Y, com tubo de 4 cm de diâmetro e 15 cm de comprimento de braço até a bifurcação. Trinta testes foram efetuados para cada situação analisada. Resultados: A freqüência de animais que escolheram o branco ou o braço contendo o atrativo foi significativamente menor nos testes com indivíduos alimentados. A maior atratividade foi registrada em animais diante da uva madura (X²(2) = 9,8; p<0,01), do pepino (X ²(2) = 8,6; p<0,05) e da banana verde (X²(2) = 14,6; p<0,01). Por outro lado, foi exercida maior repelência no tomate (X²(2) = 9,8; p<0,01) e banana fermentados (X²(2) = 8,6; p<0,05). Com relação aos tempos mensurados, as maiores e menores médias de retirada de tentáculos e de início do deslocamento ocorreram, respectivamente, em animais diante da banana verde e da uva (madura e fermentada) e tomate verde. As maiores médias de chegada à bifurcação e escolha foram detectadas no tomate e uva fermentados e no tomate verde e pepino, respectivamente. O comportamento também diferiu de acordo com as matrizes orgânicas testadas. Conclusão: As matrizes orgânicas influenciaram na atratividade e nos comportamentos exibidos pelos indivíduos da espécie A. fulica, existindo a possibilidade de utilizá-las na confecção de armadilhas específicas em planos de controle e manejo. Deve-se considerar, porém, o grau de saciedade do animal, o estágio de desenvolvimento das matrizes, a capacidade de receptividade odorífera da espécie, além de fatores abióticos do ambiente como luz e umidade.
Ecologia e controle do caramujo africano Achatina fulica: influência da densidade populacional
Carolina Magno Kostrzepa –
Introdução: O caramujo africano Achatina fulica Bowdich, 1822 é originário da África e apresenta ampla distribuição mundial. O hábito generalista e grande fecundidade são fatores que torna esse caramujo uma das espécies invasoras mais nocivas do mundo que promove impactos ecológicos, econômicos e de saúde pública. Embora os caramujos vivam normalmente agregados, é possível que a superpopulação possa causar efeitos diretos e indiretos nas populações, em decorrência da toxicidade do ambiente ou exaustão dos recursos, causando mortalidade, diminuição da fecundidade e surgimento de indivíduos mal-formados. Para evitar esses danos, os animais podem se dispersar constantemente aumentando a sua distribuição. Objetivos: estudar o efeito da densidade populacional na mortalidade, crescimento, alimentação, distribuição, comportamento e oviposição de indivíduos jovens e adultos de A. fulica em laboratório. Método: O experimento foi realizado no período de agosto de 2009 a julho de 2010 no laboratório Núcleo de Estudos do Comportamento animal-PUCPR. Utilizou-se 228 animais os quais foram condicionados em caixas de madeira de 30X20 cm com densidades de 8, 16, 32 indivíduos, em 4 repetições. Semanalmente os caramujos foram medidos e tiveram seu posicionamento, comportamento, consumo alimentar e oviposição registrados, completando 34 observações. Resultados: Os resultados indicaram que a densidade populacional influenciou diretamente na população dos animais, aumentando a mortalidade, diminuindo o crescimento, promovendo a competição por sítios preferidos e maximizando a oviposição como mecanismo de defesa. Porém não influenciou o consumo alimentar, evidenciando o uso de consumo rápido como estratégia para competição. Conclusão: Os resultados confirmam a hipótese de que o aumento da densidade populacional em locais restritos torna os caramujos mais suscetíveis à mortalidade, uma vez que interfere no seu desenvolvimento e crescimento. Provavelmente altas concentrações de compostos nitrogenados, liberados pelas excretas dos animais, somados ao estresse decorrente da competição apresentam uma correlação negativa com a qualidade de vida dos indivíduos.
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