quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Jane Goodall



Que Biólogo nunca ouviu falar da Jane Goodall? E não se encantou, chorou e desejou ser ela vendo o documentário “Os Chimpanzés Selvagens” (veja na lista ao lado)? Essa fantástica pesquisadora é um marco para Etologia, assim como foi Darwin para ciência, ela demonstrou comportamentos humanos nos primatas e quebrou uma séria de crenças de que determinados comportamentos (bons ou ruins) como, por exemplo, a compaixão e a vingança – eram exclusividades nossas. A inglesa, aos 23 anos, mesmo sem a formação necessária, aceitou o desafio de trabalhar como assistente do antropólogo Louis Leakey no Kenia e posteriormente, em 1960, foi trabalhar no Parque Nacional de Gombe (Tanzania). Jane acreditava que ficaria no máximo dois anos e ficou mais de vinte. No começo tudo foi muito difícil, até mesmo encontrar os animais, mas a grande recompensa de Jane veio quando um dos lideres do bando permitiu que ela lhe fizesse catação. Jane se casou com um cinegrafista da National Geographic, que ficou meses com ela elaborando o documentário, e tiveram um filho, que cresceu em Gombe. Diante de toda a sua contribuição para ciência ela recebeu o titulo de doutor honorário em etologia em 1965. O Instituto Jane Goodall (link abaixo) foi fundando em 1977 e atualmente ela viaja pelo mundo dando conferencias em prol da defesa dos animais. Eu sempre fui admiradora da Jane, desde das minhas primeiras aulas de Etologia a quase 20 anos... e para minha enorme surpresa, um aluno da minha primeira turma de Biologia da PUCPR - o querido Alberto - me manda uma foto ao lado da Jane, quase morri!. Hoje a minha homenagem para ela e para ele é a postagem dessa foto e para quem não conhece o documentário sugiro que vejam.

Instituto Jane Godall - http://www.janegoodall.org/

Entrevista: http://www.europarl.europa.eu/news/public/story_page/064-96305-323-11-47-911-20101119STO96281-2010-19-11-2010/default_pt.htm

Fotos: http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/edicao-128/fotos/jane-goodall-estudo-comportamento-chimpanzes-605694.shtml

domingo, 14 de novembro de 2010

Ética no Uso de Animais.... utopia ou realidade???


Essa semana nós tivemos dois eventos importantes na PUCPR, o primeiro encontro paranaense no uso de animais e a apresentação dos TCC da Biologia. No primeiro, durante todo o dia 8.11.2010 foram discutidas questões relacionadas aos comitês de éticas no uso de animais e das novas tendências e legislação. Autoridades e profissionais de todo o Brasil estiveram presentes, trazendo temas polêmicos e contemporâneos para debate. Dentre estes, destacou-se a necessidade de treinamento para as pessoas que manipulam os animais de laboratório, muitas vezes profissionais que não tiveram na sua formação uma disciplina que ensinasse procedimentos cirúrgicos e de manipulação desses animais. A possibilidade de oferecimento de uma disciplina específica para esses cursos e cursos de formação de técnicos no nível médio, são pontos importantes. Neste link você pode conferir alguns treinamentos importantes para administração de substâncias, com vídeos pedagógicos tutoriais disponíveis na web: http://www.procedureswithcare.org.uk/

Na apresentação e defesa dos TCCs desse ano, tive três alunos que muito me orgulharam com seus trabalhos e sua postura profissional. A Carol e o Adam já configuraram em post anteriores, então meu destaque agora vai para Priscila Tamioso com seu trabalho intitulado “Há ética no uso de animais? Influência da área de formação acadêmica na percepção animal” (veja o resumo abaixo), o qual foi resultado de anos de elaboração e aplicação de um amplo questionário. Os dados obtidos foram fantásticos e tivemos a honra de ter na banca avaliadora a Dra. Carla Molento, maior autoridade na divulgação do Bem-estar animal no Brasil.

Há ética no uso de animais? Influência da área de formação acadêmica na percepção animal

RESUMO

O homem sempre utilizou animais para companhia, alimentação, trabalho, vestimenta, entretenimento, ensino e pesquisa, entretanto, apenas nos últimos anos a sociedade tem se preocupado com a ética dessa relação. Devido à solidariedade estar associada à compreensão das emoções do outro, partindo

da hipótese que a área de formação influencia na interação homem-animal, foi realizado um diagnóstico da percepção animal por acadêmicos e profissionais de diferentes áreas do saber. Um questionário estruturado com 53 questões foi aplicado a 70 graduandos e 17 profissionais de 17 cursos. Os entrevistados apresentaram preocupação com a ética e bem-estar dos animais utilizados apenas para vestimenta e entretenimento, já para trabalho, ensino, pesquisa e alimentação predominou uma visão utilitarista do animal. No geral, a área de atuação parece não ter influência na relação entre acadêmicos e animais, sendo um ponto favorável para ações de conscientização e educação que despertem a percepção do animal como senciente.

domingo, 7 de novembro de 2010

Nunca pare de Brincar..... essa é a melhor parte da vida...

Animais saudáveis e felizes brincam.... na verdade a brincadeira é essencial para filhotes, principalmente de mamíferos, a fim de ajus

tarem seus comportamentos e estabelecem as bases das suas interações sociais. A brincadeira é facilmente vista em animais domésticos, mas os selvagens também brincam. Os golfinhos cada vez mais vêm surpreendendo os pesquisadores quanto às suas semelhanças com os humanos: se reconhecem no espelho, usam uma linguagem complexa e com sintax na comunicação, apresentaram várias estratégias sociais e brincam. Os golfinhos já haviam sido registrados surfando em grupos, pegando uma onda sem nenhum

a função, apenas pelo divertimento e fazendo bolhas

de ar. Também foram registrados jogando vôlei com água viva (veja o vídeo). A mais recente novidade foram golfinhos selvagens aprendendo a andar sobre a água na Austrália. Aparentemente um animal que passou uma breve temporada em um parque aquático aprendeu o truque e repassou para os companheiros.

Matéria completa: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/819630-golfinhos-aprendem-a-andar-sobre-a-agua-por-diversao-diz-estudo.shtml




terça-feira, 2 de novembro de 2010

Japonês é tudo igual?


Um novo estudo publicado por Roberto Caldara - Universidade de Glasgow, Escócia - na revista científica "PNAS" mostra que o fato do cérebro não discriminar características faciais de determinadas etnias tem a ver com formação de grupo. Mais uma vez passamos por um velho paradoxo e gerador de muitos problemas para nós: um corpinho de 100.000 anos e uma cultura que muda muito rapidamente. É como se fosse um software de última geração em um hardware do século passado... Resultado: bug! Se considerarmos que nossa estrutura cerebral foi moldada para convivermos com cerca de 150 pessoas - e que a poucos anos atrás o convívio com grupos distintos era raro – nosso cérebro está preparado para generalizar os que são diferentes de nós e discriminar os indivíduos do nosso grupo. O que faz sentido, pois não preciso descriminar o inimigo, apenas saber que não é do meu grupo. Já no meu grupo, preciso estabelecer uma relação individual com cada membro, e lembrar de coisas boas e ruins associadas a ele que levarão aos estabelecimento de elos. O estudo mostrou que a face de pessoas da mesma etnia é decorada muito mais rapidamente, enquanto que de outra etnia era difícil saber se o rosto era inédito ou não. A tentativa de reconhecer um rosto exige mais atividades neurais, principalmente nas áreas do cérebro ligadas ao reconhecimento facial, como o córtex extra-estriado, muitas vezes em vão. Desta forma, um japonês também vai achar os caucasianos todos iguais. A questão é que atualmente vivemos em cidades com muitas etnias, logo se a pessoa treinar o seu cérebro conseguirá diferenciar entre chinês, coreano e japonês, por exemplo, mas mesmo assim, ainda achará eles muito parecidos.

Veja a matéria completa: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/824279-estudo-explica-por-que-ocidentais-veem-orientais-todos-iguais.shtml
Veja o artigo científico: http://www.pnas.org/content/early/2010/10/27/1005751107.abstract?cited-by=yes&legid=pnas;1005751107v1
Site pessoal do autor: http://www.psy.gla.ac.uk/~roberto/index.php?page=0