Consciência: nossa libertação ou nosso cativeiro?


O repórter Marcelo Leite publicou em sua coluna um ensaio denominado “a ciência da compaixão” que vem de encontro com algumas reflexões minhas. A consciência e racionalidade são nossos grandes orgulhos, uma vez que nos diferencia dos outros animais. Mas geralmente é muito penoso para gente ficar remoendo emoções e sentimentos, buscando explicações e relembrando de fatos relacionados na busca de mediação de atitudes posteriores. Ao longo da evolução do homem, a dieta carnívora associada com a invenção de armas propiciou o aumento do cérebro e o liberou para atividades sociais, uma vez que a carne lhe dava muito mais energia do que as raízes e frutos. Assim, o homem foi se tornando um “leitor de mentes” e aumentando cada vez mais suas habilidades sociais. Será que o acreditamos ser nossa libertação, na verdade é o que nos torna cativos de nós mesmos? Será que a consciência de termos consciência foi apenas mais uma estratégia de sobrevivência de tantas que a natureza criou? O fato é que vemos nossa sociedade doente com dificuldades enormes de conviver com os fantasmas que suas mentes criam. As conseqüências da meditação e outras práticas como altruísmo, compaixão, amor, perdão e a felicidade tem sido estudadas cientificamente, um dos pesquisadores é do Dr. Richard Davidson, neurocientista da Universidade de Wisconsin em Madison (EUA) criador do Centro para Investigação de Mentes Saudáveis. Essa visão vai na contramão do que tem sido feito, estudar as patologias e os remédios, enquanto ele visa a prevenção. Um estudo recente (Proceedings of the National Academy of Sciences) sugeriu que o sentimento de rejeição social pode desencadear doenças inflamatórias como asma e artrite. O psicólogo George Slavich fizeram vários experimentos verificando que a sensação de "exclusão social" foi associada a um aumento na atividade cerebral de duas regiões cerebrais. Segundo o pesquisador compreender essa ligação entre o cérebro e o desencadeamento de inflamações pode ajudar a desenvolver novos tratamentos contra asma, artrite, doenças cardiovasculares e depressão. Já para o biólogo Robert Trivers - pesquisador que revolucionou a psicologia, ao propor, nos anos 1970, elos entre o comportamento humano e a teoria da evolução - os humanos evoluíram para acreditar em mentiras que os façam se sentir melhor e que justifiquem suas atitudes. Segundo o pesquisador o autoengano leva o sujeito que - contra todas as evidências - achar que vai se recuperar de uma doença fatal, ou a mulher que se recusa a enxergar que o marido claramente a trai.

Matéria completa: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloleite/805824-ciencia-da-compaixao.shtml

Matéria completa II: http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/9959/geral/estresse-social-e-capaz-de-influenciar-negativamente-o-sistema-imunologico

Marcelo Leite - http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/

Richard Davidson - http://psyphz.psych.wisc.edu/

Artigo de George Slavich : www.georgeslavich.com/pubs/Slavich_PNAS_2010.pdf

Artigo de Robert Trivers : http://courses.washington.edu/evpsych/Trivers-self-deception-NYAAS2000.pdf