Ele era o melhor amigo... agora é o chefe?


As relações sociais entre o homem e o cão vêm sofrendo transformações ao longo desses 12.000 anos de convivência. Alguns registros dizem que os cães eram utilizados como comida, depois eles se tornaram cúmplices (ajudando na guarda e caçada). Em decorrências das grandes aglomerações das cidades e a solidão cada vez mais pronunciada, o cão se tornou o melhor amigo do homem. Só em São Paulo cuja população humana é de cerca de 11 milhões de pessoas, estima-se que haja um cão para cada 4,5 habitantes, ou seja, cerca de 2,5 milhões de animais. Paris é uma das cidades que provavelmente possua mais cães no mundo. São inúmeros os motivos atuais que levam as pessoas a decidirem dividir seu tempo, preocupações, espaço e dinheiro com um ser de outra espécie - Aliás, todos eles muito interessantes e que renderiam várias teses (para maiores reflexões ler o post no Martin Afonso). O fato é que o cão é um animal com padrões sociais (como territorialidade e hierarquia) muito parecidos com o nossos, e até o motivo que faz com que nos identifiquemos tanto. Nas ultimas décadas o cão tem saído do quintal e entrado na casa das pessoas, mais que isso em suas camas. Como os motivos de se ter um cão e as carências emocionais e sociais que levam a tê-los também se transformaram, as relações entre o homem e o cão têm mostrado algumas tendências no mínimo interessantes para nossa reflexão. O que me chamou a atenção foi uma reportagem que saiu na mídia na última semana com resultados de um levantamento feito pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo que mostra que dez ataques de cães contra pessoas ocorrem na cidade por hora (equivalente a média de 85,4 mil ataques por ano). Esses acidentes são relativos à 84,4% das agressões sofridas por animais e causam em 34% dos casos ferimentos profundos, sendo em muitos casos fatais (Sempre aparece um caso na TV). Os acidentes causados por mordidas de cães estão se tornando uma epidemia mundial. O mais preocupante é que a maioria desses ataques são do próprio bichinho de estimação (cerca de 90%). Em pelo menos metade dos casos de mordida relatados, o acidente foi provocado pela vítima, mesmo que não intencionalmente. As cinco raças mais comuns entre os ataques são os chow-chows, rottweilers, pastores alemães, cocker spaniels e dálmatas. Os cães normalmente mordem por medo, defesa, dor ou para proteger o território, porém dão sinais claros de que vão morder, mas parece que não são compreendidos pelos donos. O que estaria levando o animal a se comportar assim? A resposta está no próprio dono? a falta de uma hierarquia clara para o animal e a definição de quem manda; o estresse devido à ausência de uma rotina que dê segurança; ao mesmo tempo em que vive em um mundo entediante, onde não consegue estimular todo seu sensorial podem ser alguns motivos. Ou seja, não contrarie se cão, o reizinho da casa, o líder hierárquico, ou você poderá levar uma mordida!.