Essa semana nós tivemos a apresentação dos projetos de iniciação científica e meus dois orientados foram muito bem, bastante elogiados no cumprimento e fechamento de suas metas. A Mafer (Maria Fernanda Caneparo) trabalhou com o caramujo gigante africano (Achatina fulica), fazendo um belíssimo trabalho de campo, em que acompanhou por uma semana (em duas fases de campo) a população presente em um terreno baldio em Guaratuba. Ressalvo que foi um trabalho árduo, pois ficar a noite toda acompanhado esses bichinhos é pra poucos. Dentre todos os dados inéditos e que em breve iremos publicar, destaca-se a confirmação de um comportamento gregário específico e um homing muito evidente em animais de todos estágios de desenvolvimento. Ou seja, eles não forrageam na mesma planta que repousam, assim, toda noite saem para se alimentar, mas depois voltam para dormir no mesmo sítio e com os companheiros das noites anteriores. Esses dados mostram que há uma identificação química tanto do lugar quanto do co-específico. O primeiro livro sobre o caramujo africano organizado por mim e pela dra. Leny Costa, está na fase final de editoração e logo será disponibilizado para toda comunidade científica. Aguardem... Para mais informações veja a lista das minhas publicações na lista ao lado.
O outro trabalho foi desenvolvido pelo acadêmico Massau Itou e consistiu em refazer o primeiro capítulo da minha tese de doutorado, 10 anos depois. Nesse projeto eu fiz a caracterização do ambiente ocupado pela aranha-marrom (Loxosceles intermedia e Loxosceles laeta) em Curitiba, foram vistoriados bosques, área construídas em bosques, ao redor e dentro das casas. Foi um trabalho extremamente importante, pois proporcionou a elaboração de um protocolo de diagnóstico, o qual ao ser aplicado em outras localidades permitiria traçar um comparação, como foi realizado em Rio Branco do Sul e União da Vitória. No diagnóstico entra dados do local, registro de todos os substratos e se constam com aranhas ou vestígios, caracterização da população da aranha (infestação, densidade, espaçamento), caracterização das aranhas (espécie, idade, sexo), caracterização da fauna associada. O trabalho realizado pelo Massao também é extremamente difícil, pois envolve uma parte de campo bem tensa ao investigar as aranhas dentro da casa de outras pessoas. Nossa idéia inicial era voltar exatamente para as 60 casas de 10 anos atrás, porém apenas 5 moradores consentiram nossa entrada. Mesmo assim, podemos constatar que apesar do índice de infestação continuar o mesmo, o número médio de aranhas por casa diminuiu e mudou também a ocupação do substrato preferencial. O ponto forte dos nossos resultados foi o aumento de outras aranhas reforçando a hipótese levantada em outros trabalhos que essas aranhas (inofensivas para nós) podem se constituir de importantes predadores ou competidores e ajudarem a controlar as populações da aranha-marrom (parecido com o que vimos em União da Vitória). Vamos realizar a análise agora dessas outras aranhas para então publicar esses resultados. Já submetemos para publicação e estamos esperando a resposta da análise da comunidade de aranhas sinantrópicas de União da Vitória, do diagnóstico em Rio Branco do Sul e também da associação entre aranhas da família Theridiidae e Loxosceles. Para mais informações veja a lista das minhas publicações na lista ao lado.
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