Blog de discussão e aplicação de conhecimentos científicos no dia-a-dia, destinado para alunos e interessados na Ética Prática, Dialogante e Multidisciplinar própria da Bioética!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
-
por Marta Luciane Fischer A Declaração Universal dos Direitos dos Rios surgiu de movimentos globais preocupados com a relação da humanidade...
-
Série ensaios: Ética no Uso de Animais Por: Gilberto Ademar Duwe Desde a antiguidade o homem possui sua vida profundamente l...
-
Série Ensaios: Aplicação da Etolgia Por Mayara Regina Seer e Tatiane da Paixão Bornatto Acadêmicas do Curso de Bacharelado em B...
Em relação ao sentimento animal, concordamos com os pesquisadores de que os animais possuem emoções, sentimentos, inteligência, consciência e até doenças psicológicas.
ResponderExcluirEles demonstram sentimentos como alegria, tristeza, mau humor, raiva e outros de forma semelhante aos sentimentos dos seres humanos. Com essa assertiva, concordava Charles Darwin em “The Expression of the Emotions in Man and Animals”, afirmando que algumas de nossas expressões de sentimentos, são resquícios herdados de antepassados primitivos comuns tanto ao homem quanto a outros animais. Um estudo realizado na Universidade de Bristol, coordenado por John Webster, professor de Reprodução Animal em Bristol, mostra que as vacas têm vida sentimental que inclui emoções como a amizade, rancor e frustração. Os pesquisadores constataram que as vacas formam, dentro de uma manada, pequenos grupos de amizade e trocam cuidados entre si. Keith Kendrick, professor de Neurobiologia do Instituto Babraham, em Cambridge, descobriu que as ovelhas conseguem estabelecer relações de amizade com humanos, entrando em depressão por separações longas e, festejando a volta do dono, mesmo depois de três anos de separação. Já o pesquisador Jaak Panksepp da Universidade Estadual de Bowling Green, Ohio, não acredita que sentimentos surjam apenas da reflexão. Ele sustenta que a raiz das emoções encontra-se em regiões do cérebro tais como o sistema límbico (área cerebral que produz e regula as emoções), muito antigo do ponto de vista evolutivo e presente em todos os mamíferos. O sistema límbico é uma estrutura cerebral antiga, e o fato dele desempenhar papel importante no cérebro, indica que a emoção é parte fundamental na vida dos animais. Estudos sobre o metabolismo do cérebro fornecem evidências de que os sentimentos dos animais, talvez não sejam muito diferentes dos sentimentos dos seres humanos, pois entre eles há processos cerebrais comuns. Pesquisas mostram que o neurotransmissor “dopamina” é importante no processamento de emoções como alegria e desejo, tanto em humanos como em outros mamíferos. No livro Em busca de Espinosa, publicado em 2003, António R. Damásio, da Universidade de Iowa, apresenta um esquema que tem aceitação crescente e que distingue emoções primárias, quase instintivas; emoções sociais, que ajudam um indivíduo a conviver em grupo; e sentimentos, que nascem da reflexão autoconsciente. Emoções primárias incluem medo, raiva, surpresa, alegria e tristeza, e Damásio as atribui a vários animais. Para Damásio, as emoções são sinais físicos do corpo, em resposta a estímulos, e os sentimentos são sensações que surgem quando o cérebro interpreta essas emoções. Já a afirmação de que um animal pode "utilizar suas emoções" significa que seu cérebro reage a certos eventos de maneira particular - uma rede de neurônios é ativada, dando início a um comportamento previsível. Um animal evitará situações que, anteriormente, o fizeram se sentir ameaçado. Do mesmo modo, animais procuram repetir ações que associem a experiências positivas. Mas a pergunta permanece: será que o animal sente? Nesse ponto, os especialistas divergem. Ainda não é possível provar, através de observação, se um animal possui sentimentos conscientes, como também não se pode provar o que uma pessoa sente no seu íntimo. Porém, experimentos de laboratório indicam que, pelo menos, alguns animais dispõem da capacidade de autoconsciência. Podemos supor que talvez, tenham consciência de suas emoções.
Quem ainda não observou a alegria de cães domésticos demonstrados através do balançar dos rabos, pulos e pequenos uivos, quando o seu dono chega a casa ou quando convida o animalzinho para passear. Não é parecido com o comportamento dos seres humanos que se beijam, se abraçam quando chegam em casa ou no encontro com parentes e amigos.
Também constatei que o cãozinho gosta de ser acariciado pelos seus donos ou até por estranhos, chegando a encostar a cabeça nas mãos dos donos para receber carinho. Os humanos também gostam de serem acariciados pelos seus pais, filhos, namorados, irmãos e amigos.
Quando osdonos do caozinho viajam por mais de cinco dias e não podem levá-lo, o cão reduz o seu apetite, come menos e perder peso. Este é um comportamento, provavelmente marcado pela tristeza do animal e por ele sentir falta daqueles que formam a sua família no seu convívio diário. Uma vez que ele foi afastado dos seus pais biológicos, acredito que ele adota os seres humanos como fazendo parte da família dele, que o protege, o alimenta, dá o carinho, necessário para o seu bem estar e longevidade, se comparado com cães de rua, que dependem da sorte para sobreviver.
O animalzinho, como uma criança, não gosta de ficar sozinho e acompanha os seus donos pela casa. Quando os donos saem de um cômodo o cão acompanha o dono até outro local e lá permanece na sua companhia. Também de maneira similar as crianças ele gosta de brincar, principalmente se é estimulado.
Alguém tem dúvida que nestes exemplos onde os animais domésticos querem carinho, atenção e companhia, ou quando eles manifestam que eles estão alegres ou tristes, que são sentimentos conscientes para atender as necessidades deles que é limitada se comparamos às necessidades dos seres humanos, mas não é por causa disso que devemos desprezá-los mas sim protegê-los.
Muitos seres humanos não respeitam e desprezam os próprios seres humanos. Somos totalmente insensíveis e inertes ao vermos pessoas conduzindo lixo reciclável em carrinhos como se fossem cavalos de tração. Já estamos acostumados a vê-los nestas condições e achamos normal este comportamento e ainda ficamos irritados quando eles atrapalham o trânsito. Vemos outros seres humanos comendo lixo, morrendo de fome e morando nas ruas e achamos tudo isso normal. Outros seres humanos agem de forma similar a alguns animais selvagens ditos “irracionais” que matam para sobrevier, sendo que estes seres “racionais” assaltam e matam outros seres humanos, sem nenhum sentimento, consciência ou respeito.
O comportamento “irracional” de alguns seres humanos também é praticado com os animais “irracionais”, porque eles são tratados com total desrespeito, cuidados e sem nenhum sentimento de preservação da natureza. Muitos animais são utilizados para tração, outros para brigas para diversão dos humanos, em touradas ou em circos, ou como bens de consumo dos humanos. Em instalações de criação industrial, os animais são desprezados como seres vivos e que tem sentimento. São mantidos com alimentação industrializada e alterada geneticamente, em locais apertados, similares aos animais selvagens que são mantidos nas jaulas em zoológicos, sem contato com a natureza e longe de seu habitat natural e por estes motivos são animais tristes e infelizes. É provável que a origem de algumas doenças dos humanos é proveniente do consumo desta carne, proveniente de animal triste e infeliz. Sabemos que a carne de galinhas e de bois que são criados livres e em contato com a natureza é mais saudável. No entanto, será que é necessário matar outros seres vivos para saciar a nossa fome e para nos alimentarmos e sobrevivermos? Será que não seríamos mais saudáveis se não consumíssemos carne de animais?
Além do comportamento humano de total falta de respeito com os animais e com os seres humanos, ele também não respeita a natureza, polindo o ar e a água, devastando florestas, consumindo a água sem preocupação com o equilíbrio da natureza. Onde vamos chegar com estas atitudes?
Atenciosamente Gilmar Alfredo Ribas, aluno da PUC-Curitiba-PR, primeiro período de Psicologia Noturno, 17/05/2009.
Muito embasado este comentário, parabéns!
ResponderExcluir