sábado, 28 de agosto de 2021

O pedido de socorro dos Ipês

 Série Ensaios: Bioética Ambiental

Por Mariana Grassi

Docente da Escola de Ciências da Vida/PUCPR



Respostas da natureza: as respostas estão na nossa cara e ninguém está vendo

Hoje choveu..., mas não adiantou

Uma chuva apenas, um dia de sol, algumas horas de luz: isso não basta

Para as plantas o ciclo é outro, a espera é outra, e é demorada

 

Para florescer, o ciclo pode levar um ano e dentro desse período tudo é organizado para que as folhas, que são a fonte, enviem tudo o que conseguiram produzir para as flores e frutos, que são drenos.

 Os ritmos circadianos, as estratégias, os mecanismos são outros

As plantas, sabiamente, sabem evoluir, lidar com o escasso

Usar somente os recursos que elas próprias criam

 Mas, aí, chegaram os seres humanos, a urbanização, a modernidade...

Poderia ser tudo muito bom, mas não é

Se houvesse equilíbrio, seria lindo

 O que eu quero dizer com isso:

As árvores das cidades estão florescendo muito antes dos seus ritmos

Muito antes do término das suas jornadas internas fisiológicas

Muito antes de entender e aceitar suas novas condições de vida

 Ansiedade? Não! Barbaridade e caos: Socorro

 O clima mudou muito rápido, a pior seca da cidade

Calor fora da estação, distúrbios, pólen fora de hora

Sementes serão formadas?

Pássaros terão comida?

Novas plantas nascerão?


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