quarta-feira, 27 de maio de 2015

TODOS POSSUEM EMOÇÕES



Série Ensaios: Ética Animal

Por Taís Nabarro Costa
Acadêmica do curso de Ciências Biológicas 

            Os sons que os golfinhos produzem quando são alimentandos ou estão brincando, é uma simples expressão de alegria, este sons estão associados com a liberação do hormônio dopamina pelo cérebro,  é o que mostra um estudo publicado no dia 13 de agosto de 2014, no Journal of Experimental Biology, da Fundação Nacional de Mamíferos Marinhos de San Diego, Califórnia, chefiado por Sam Ridgway. O estudo concluiu que pelo fato de golfinhos e belugas “serem animais altamente vocais, a personalidade, o ritmo e o contexto de seus sons podem revelar mais sobre seus estados emocionais e sobre a função de seus sons na comunicação





            As emoções podem ser divididas em: Emoções primárias, secundarias e emoções de fundo. As emoções primárias ou emoções iniciais surgem durante a infância, sendo úteis para uma reação rápida quando emergem determinados estímulos do meio. Envolvem um elevado fluxo de energia e podem existir sem termos consciência delas, caso sejam inatas. Além disso, refletem diretamente as mudanças dos estados de espírito. É neste tipo de emoções que se enquadra o medo, que atua como um aliado, protegendo-nos e funcionando como um sinalizador para precaução contra perigos reais, por exemplo, o medo de dirigir, muitas vezes o medo envolvido é o de bater o carro e sair machucado, a alegria sentimento de contentamento ou de prazer excessivo, por exemplo quando um cachorro revê seu dono depois de um longo dia, a tristeza, é a circunstância em que a condição melancólica ou de desânimo prevalece, quando perdemos um ente querido por exemplo, a raiva é um comportamento repleto de fúria, pode ser por exemplo para que o animal se proteja de algo ou alguém que pode ser uma ameaça para sua sobrevivência, a surpresa é caracterizada como um espanto, sobressalto, quando não algo acontece e não se é esperado, como por exemplo o surgimento repentino de um predador,   e a aversão que é o excesso de repugnância direcionado a alguém ou a alguma coisa, quando por exemplo não gostamos de uma pessoa, não queremos ficar perto dela.
            Já as emoções secundárias são experimentadas mais tarde, dependem de uma aprendizagem e, portanto, de interações sociais. Implicam uma avaliação cognitiva das situações, envolvendo, por isso, as áreas do córtex pré-frontal. Temos como exemplos a vergonha que é um sentimento penoso por se ter cometido alguma falta ou pelo temor da desonra, por exemplo, quando uma pessoa tropeça e cai ela fica envergonhada. O ciúme pode ser um conjunto de emoções desencadeadas por sentimentos de alguma ameaça à estabilidade, é, por exemplo, o receio de perder algo valioso.
        
    E as emoções de fundo que causadas, por exemplo, por um esforço físico intenso, pelo remoer de uma decisão complicada de tomar ou pela ansiedade em relação a um acontecimento agradável/desagradável que nos espera. Temos como exemplos o bem-estar, o mal-estar, a calma ou a tensão.
            Segundo Grandin (2010) tanto os animais como as pessoas têm os mesmos centros de emoções básicas no cérebro. Ou seja, nos animais são predominantes às emoções primarias que foram descritas anteriormente.   Dr. Jaak Panksepp, neurocientista da Washington State University listou quatro dos sistemas de emoções fundamentais em animais, são eles a Busca, que seria “o impulso básico para procurar, investigar e dar sentido ao ambiente”. A raiva, medo e pânico. Dr. Panksepp escreve também três outros sistemas de emoções positivas que os pesquisadores não conhecem bem, e que não permanecem necessariamente durante toda a vida do animal. Ele chama essas emoções de “sistemas socioemocinais com propósitos especiais que são empregados em épocas apropriadas na vida dos mamíferos”. São eles, a Luxúria, que significa sexo e desejo sexual. Cuidados, é o termo que o dr. Panksepp  usa para o amor e os cuidados maternos. E brincar, é o sistema cerebral que produz as brincadeiras irrequietas que todos filhotes de animais fazem no estágio de desenvolvimento.
            Como formanda em Biologia acredito que animais e humanos compartilham da mesma capacidade de sentir emoções, hoje isto é comprovado por diversos estudos. Visto que eles possuem uma grande gama de emoções, devemos incentivar sociedade a praticar o bem- estar aos animais, para que estes tenham uma boa qualidade de vida.

O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Etologia I se baseando nas seguintes obras:

GRANDIN, Temple; JOHNSON, Catherine. O bem estar dos animais. Editora Rocca, 2009
http://nmmf.org/about/board-of-directors/

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