Tem Carnaval no mundo animal?

Trabalhar o ano inteiro para se divertir no carnaval... vestindo a fantasia de ser quem não é, sem ser censurado ou discriminado. Essa seria uma definição que atravessa séculos da história do carnaval, mas que culmina em uma reflexão: um momento de homeostasia ou de fuga? Os animais sem uma consciência racional e moral, precisam de momentos de fuga e silêncio? Danças, festas e rituais nos acompanham ao longo da nossa história evolutiva. Existem teorias que dizem que o ritmo das musicas e danças fazem parte do nosso corpo natural e que os planetas ao se movimentarem emitem ondas semelhantes com as notas musicais. Assim, todos os seres do universo estão unidos pelo mesmo som (veja o livro a Dança do Universo). Dançar e cantar para unir o grupo e agradar aos deuses também permeou o universo dos nossos ancestrais, e provavelmente promoviam a transcendência (a saída do aqui e agora e a união com o infinito), como faz hoje (muitos transcendem facilmente apenas com uma boa música). Obviamente com um pouquinho de ajuda de substâncias que amenizam a ação do lobo pré-frontal tirando uma “visão” tão racional dos fatos. Pelo visto não mudou muita coisa. O carnaval dos gregos - como agradecimento à fertilidade do solo - o carnaval dos cristãos - para dar força para iniciar 40 dias de sacrifício da quaresma - o carnaval dos vitorianos com suas fantasias que garantiam o anonimato de fantasias mais pecaminosas ainda e, por fim, o culto à carne e por que não, ao lado “animal” dos seres humanos que das altamente cobertas fantasias dos cloves acabaram na nudez quase total – garante um momento em que o homem acredita que é feliz, dançando, cantando, ficando, amando, bebendo, dormindo, gritando - sem censura. Aqui no Brasil, parece ser um grande estímulo agregador de grupo, coitado daqueles que não se inserem nesse momento, não querem se desligar e ainda fica refletindo sobre um fato que é apenas para se viver!


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