domingo, 4 de dezembro de 2011

Ser Biólogo é questão de inteligência... você sabia?


Já faz um tempo que estou querendo escrever sobre inteligências múltiplas e não tenho conseguido devido a essa correria de final de ano. Gostei muito da matéria publicada na revista Mente e Cérebro de setembro de 2011 A identidade da inteligência” a matéria é assinada nada mais nada menos do que o próprio Howard Gardner, o autor da teoria das inteligências múltiplas através da publicação do livro Estruturas da mente – A teoria das inteligências múltiplas, Artmed, 1994). Garden contextualiza os fatos que culminaram na publicação da sua teoria relembrando fatores como: sua intenção de associar arte e cognição; seus estudos na neuropsicologia buscando a compreensão do funcionamento das capacidades do cérebro; a participação no projeto do Potencial humano; a busca das habilidades intelectuais humanas associando estudos de genética, antropologia e psicologia; a busca da definição de inteligência e da criação de critérios para definir o conceito. Gardner salienta que até então a pedagogia e o senso comum levava em consideração a combinação entre as habilidades lingüísticas e lógicas (por isso os testes de QI fora tão relevantes durante muito tempo), porém a as capacidades cognitivas levam em conta outras inteligências como: a espacial, a cinestésica, musical, interpessoal e intrapessoal (veja as definições abaixo). O mais bacana da historia é que depois que as sete inteligências estavam bem determinadas Gardner revisando suas hipóteses percebeu que havia esquecido a mais importante (pra mim, obviamente”) a “inteligência naturalista” ou seja, a capacidade de distinguir entre organismos e entidades do mundo natural. Além disso Gadner questionou a possibilidade de existir a inteligência existencial, relacionada com a reflexão sobre grandes questões filosóficas. O pesquisador profetisa, ainda, que outros módulos de inteligência possam ser reconhecidos no futuro, tais como: espiritual, sexual, pedagógica e até a contemporânea inteligência digital. Garden ressalva sempre que o ser humano tem um pouco de cada uma das inteligências e uma ou outra maximizada, em decorrência tanto de fatores genéticos como devido a experiência individual. Em minhas pesquisas sobre o tema encontrei uma dissertação de mestrado muito interessante de Valerie Nicollier “Nos rastros da inteligência naturalista: novas teorias cognitivas aplicadas à educação ambiental”. A qual além de uma revisão bem bacana trás um trabalho prático de identificação desse módulo de inteligência em crianças. De fato, a inteligência biológica corresponde a um talento para reconhecer e categorizar objetos naturais, mas para mim é mais do que isso, é o altruísmo mais intenso que já vi. Quando uma pessoa dá a sua juventude, sua vida, seus sonhos em prol de espécies tão diferentes de si mesmo, e em prol das gerações do futuro, as quais não temos certeza se um dia saberão de nós e se serão gratas por tudo que fizemos. O fato, é que fazemos isso por amor, por conseguir ver o que os outros não enxergam, por entendermos o que a natureza fala... é bonito de mais ser Biólogo!


Tipos de inteligência segundo Gardner:

Inteligência lingüística - sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial percepção das diferentes funções e aplicações da linguagem. Habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias. Em crianças, se manifesta através da capacidade para contar histórias originais ou para relatar, com precisão, experiências vividas. Poetas, escritores e lingüistas

Inteligência musical - habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical, através da discriminação de sons, habilidade para perceber temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e timbre, e habilidade para produzir e/ou reproduzir música. A criança pequena com habilidade musical especial percebe desde cedo diferentes sons no seu ambiente e, freqüentemente, canta para si mesma. Compositores, maestros, músicos, críticos musicais.

Inteligência lógico-matemática - Sensibilidade para padrões, ordem e sistematização, habilidade para explorar relações, categorias e padrões, através da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada; é a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los. A criança com especial aptidão nesta inteligência demonstra facilidade para contar e fazer cálculos matemáticos e para criar notações práticas de seu raciocínio. Matemáticos, cientistas e filósofos

Inteligência espacial - capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. Habilidade para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial. Em crianças o potencial especial nessa inteligência é percebido através da habilidade para quebra-cabeças e outros jogos espaciais e a atenção a detalhes visuais. Arquitetos, engenheiros, artistas, escultores, cartógrafos, navegadores.

Inteligência cinestésica - Habilidade para resolver problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo. Usar a coordenação em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza. A criança especialmente dotada na inteligência cinestésica se move com graça e expressão a partir de estímulos musicais ou verbais demonstra uma grande habilidade atlética ou uma coordenação fina apurada. Dançarinos, atletas e atores

Inteligência interpessoal - Habilidade pare entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações e desejos de outras pessoas. Em crianças pequenas se apresenta como a habilidade para distinguir pessoas, e na sua forma mais avançada, como a habilidade para perceber intenções e desejos e para reagir apropriadamente a partir dessa percepção. Psicólogos, professores, psicanalistas, psiquiatras, políticos, vendedores, lideres religiosos, antropólogos.

Inteligência intrapessoal - Habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e idéias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. É o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprios, a capacidade para formular uma imagem precisa de si próprio e a habilidade para usar essa imagem para funcionar de forma efetiva. Como esta inteligência é a mais pessoal de todas, ela só é observável através dos sistemas simbólicos das outras inteligências, ou seja, através de manifestações lingüisticas, musicais ou cinestésicas.

Inteligência Naturalista Habilidade de identificar e classificar padrões na natureza. Essa inteligência – como todas as outras – tem sua origem no instinto de sobrevivência, sendo fundamental a percepção para identificar a utilidade e nocividade da flora e a fauna. Hoje, essa percepção nos permite interagir com o ambiente e entender o papel que ele desempenha em nossa vida. Naturalistas e Biólogos

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