O último número da revista "Nature" traz o resultado de uma pesquisa ousada que infete sobre a estrutura social pré-histórica. A ciência já sabe que enquanto a evolução da tecnologia pode ser facilmente interpretada pelas pedras lascadas e machados deixados nos registros arqueológicos, a evolução dos mecanismos sociais não deixa fóssil. Ressalva-se que o momento e o que aconteceu para o homem pré-histórico descobrir a lâmina e fogo, também são grandes mistérios, os quais só podemos deduzir. O estudo foi conduzido com os primeiros ancestrais humanos que viviam nas cavernas Sterkfontein e Swartkrans, na África do Sul pela paleoantropóloga da Universidade do Colorado (EUA) Sandi Copeland. Os dados sugerem que as mulheres invertiam seu papel social e abandonavam o núcleo original para unirem-se a outro bando, enquanto os homens permaneciam no lugar onde nasciam. Em outros animais a deserção natal é um mecanismo evolutivo importante, pois evita os cruzamentos consangüíneos entre irmãos. Em geral, nas aves quem deserta é a fêmea, pois o macho ajuda o macho na manutenção e aumento do território. Já em mamíferos, no geral, que deserta é o macho, pois a filha fica mais tempo e aprende com a mãe a cuidar dos seus irmãos que a ajudara no seu futuro papel de mãe. Em humanos parece ser diferente, pois a prática feminina de deixar o grupo original para acompanhar o de seus companheiros é comum em algumas culturas. Os pesquisadores geralmente encontram dificuldades para entender como os primeiros hominídeos usavam a terra e se moviam pelo território somente com a análise morfológica e filogenética. Para determinar os movimentos dos hominídeos o estudo usou como indicador geoquímico isótopos de estrôncio encontrados no esmalte dos dentes, sendo analisados oito espécies Australopithecus africanus e mais 11 Paranthropus robustus, que viveram entre 1,7 milhão e 2,4 milhões de anos. Ambos viveram em savanas arborizadas, provavelmente se alimentando com uma mistura de frutas, grama, sementes e nozes. Os resultados do estudo apontam que apenas 10% dos machos se originaram fora de um raio de 30 quilômetros quadrados, contra mais da metade das fêmeas, indicando que os machos só se aventuravam a poucos quilômetros de suas cavernas, limitando suas viagens provavelmente para atividades de caça e coleta. Um ponto controverso dessas conclusões é o fato de contestar o senso comum sobre como os primatas deixaram de se locomover em quatro patas e tornaram-se bípedes para percorrer grandes distâncias em busca de abrigo e comida.
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Quanta imaginação têm os evolucionistas! É por estas que a evolução nunca deixa de ser uma teoria!
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