Que os animais têm uma sensibilidade diferente da nossa já sabemos. Na verdade, algumas habilidades nossas são oprimidas pela importância que damos para a visão e pela nossa necessidade de raciocinar sobre os fatos. São muitos os exemplos de animais que prevêem terremotos, detectam sinais de que algo estranho está acontecendo e saem do local (veja vídeo abaixo). Nós podemos até perceber que algo está errado, mas o tempo que perdemos avaliando o que, pode ser decisivo.
Também já sabemos que pessoas que perdem a visão desenvolvem habilidades relacionadas com o tato, audição e paladar. O caso mais interessante é do menino morcego, que usa como referência sons produzidos pela sua mandíbula, num sistema parecido com os dos morcegos e dos golfinhos (veja o vídeo). Veja matéria: http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u728268.shtml
A sensibilidade dos animais a estímulos que não percebemos tem causado impactos que só agora estamos começando a compreender. Atualmente está havendo uma queda na população de abelhas, que parecem estar relacionadas ao crescimento do uso dos celulares, uma vez que afeta o sentido de navegação desses insetos. Veja a matéria: http://www1.folha.uol.com.br/tec/745640-cientistas-responsabilizam-celular-por-desaparecimento-de-abelhas-diz-site.shtml. Embora deva-se considerar que o uso excessivo de celulares (http://revistavivasaude.uol.com.br/Edicoes/37/artigo39631-1.asp), de componentes eletrônicos e de poluição do ar tem sido fatores relacionados com a infertilidade masculina (http://www.abril.com.br/noticias/ciencia-saude/estudo-indica-poluicao-causa-infertilidade-masculina-248860.shtml).
Um novo estudo mostrou que os peixes estão sendo ameaçados por crescentes níveis de poluição sonora (plataformas de gás e petróleo, navios, barcos e sonares), afetando a sua distribuição nos mares e suas capacidades de reprodução, de comunicação e de evitar predadores. Veja matéria completa: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/744352-poluicao-sonora-ameaca-peixes-diz-pesquisa.shtml
Temos também a poluição luminosa que é um tipo de influência silenciosa, mas que afeta principalmente animais noturnos e aquáticos (peixes e tartarugas) que usam a luz das estrelas como referenciais para o seu deslocamento. Quem já viajou em uma noite limpa de avião sobre o estado de São Paulo compreende bem o que estou falando.
Veja esse artigo: http://www.seb-ecologia.org.br/2009/resumos_professores/bruno_medeiro.pdf Essa percepção além da nossa compreensão vem sendo utilizada também para benéficos humanos. Atualmente há uma ampla discussão quanto ao consumo dos alimentos "orgânicos" e o quanto de mal poderiam fazer para nosso organismo, eliminando os benefícios econômicos prometidos com a nova tecnologia. Um estudo também polêmico mostrou que canários preferem o trigo convencional ao transgênico quando oferecido os dois, provavelmente por detectar uma diferença qualitativa na proteína de ambos. Veja o experimento completo: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloleite/743951-canarios-rejeitam-comida-organica.shtml
Enfim, existe muitas coisas que não compreendemos, mas será que foram feitas para serem compreendidas? E enquanto estamos tentando desvendar esses mistérios, deixamos de disfrutá-los?
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