Tributo à Coleção Arachnológica e Herpetológica do Instituto Butantan






Sem dúvida nenhuma os biólogos - e principalmente Zoólogos, Ecólogos, Herpetólogos e Aracnólogos - estão em luto com o que aconteceu no Butantan sábado. O sentimento é de luto mesmo, por uma perda inestimável do registro científico da nossa biodiversidade. A coleção que em poucas horas foi consumida pelo fogo é resultado de mais de 100 anos de trabalho. Ali estavam tombados animais do Brasil inteiro e a coleção era referência para estudos realizados não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Inúmeros Taxonomistas e Ecólogos realizaram suas teses ali outros tantos inevitavelmente passavam por lá para buscar dados ou ajuda para identificação de seus animais. Que aracnólogo não tombou aranhas ali? Passando a lamentação precisamos refletir sobre o que aconteceu. Perder grandes coleções, inclusive espécimes tipos, foi algo comum no século passado, em que museus eram destruídos durante as guerras, destruídos por enchentes ou incêndios. Porém, atualmente, temos uma consciência do que essas coleções representam - não só como registro histórico, mas como banco de dados para estudos ecológicos, filogenéticos, genéticos. Os exemplares tipos devem ser acondicionados em locais mais protegidos para que não se perca “a prova” da descoberta de uma nova espécie. A questão que fica é porque não há uma preocupação na segurança desses locais. O diretor do Museu de Zoologia da USP, Hussam Zaher em entrevista ao Estadão (http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100516/not_imp552414,0.php), levantou o ponto muito importante que se não buscarmos preservar também os exemplares “mortos” como preservar a biodiversidade “viva” e ostentarmos o título de país detentor da maior biodiversidade do planeta?. Assim, vamos cuidar dos nossos outros tantos museus?




Vejam esse misto de depoimento e reflexão... fantástico: http://www.oeco.com.br/reuber-brandao/120-reuber-brandao/23932-biodiversidade-incinerada