Blog de discussão e aplicação de conhecimentos científicos no dia-a-dia, destinado para alunos e interessados na Ética Prática, Dialogante e Multidisciplinar própria da Bioética!
domingo, 27 de setembro de 2009
Planejamento de Carreira.... O jovem não transcede?
Hoje vou abrir espaço para reflexão sobre um tema muito importante e que eu exaustivamente trabalhei essa semana. Para quem ainda não sabe, estou desenvolvendo uma pesquisa com os alunos de biologia a respeito do planejamento de carreira. Faz muito tempo que venho observando meus ex-alunos e percebendo que apenas o conhecimento técnico não é suficiente para uma inserção no mercado de trabalho e apesar de eu vislumbrar uma série de possibilidades de trabalho para o biólogo não vejo efetivamente operacionalizações. Obviamente devo deixar registrado que existem exceções e até gostaria muito de deixar aberto esse espaço para que ex-alunos relatassem seus sucessos e dificuldades.
A principio acredito que o problema maior está no fato do aluno universitário ser integralmente um aluno universitário, preocupado com o problema imediato, o trabalho da semana que vem, a prova de hoje.... deixando para pensar em emprego, carreira depois que pegar o canudo. E daí a transição pode ser muito mais difícil...
Alguns estudiosos do comportamento humano apontam que uma mudança na linguagem nessa nova geração. A Internet levantou questões como metalinguagem, comunicação instantânea, informações objetivas, movimento.... Assim, essa mesma geração acaba transpondo essa forma de comunicação com seu dia-a-dia, não transcendendo tanto quanto antes... ao ir buscar nos livros as informações necessárias, o homem precisa exercitar o seu cérebro para criar imagens, sons e odores daqueles símbolos que seus olhos captam... agora tudo está pronto. Ao vermos um filme todas as emoções que devemos sentir já estão programadas, é só sentarmos na frente da tela e nos deixarmos levar? Há quem acredite que o grande conflito de gerações que vivemos é que a educação ainda exige do aluno um procedimento que não condiz mais com a condução do seu cérebro... será?
E a carreira? Vocês já pararam para pensar do peso que a profissão tem na vida de uma pessoa? Quando perguntam “o que você é?” ninguém diz “sou uma pessoa honesta, que gosta do azul e almeja ter muitos filhos” as pessoas dizem “sou advogado”, “sou professor” “sou atendente”... É o papel social... obviamente importante para uma espécie social como nós e o que nos conduzirá para determinação das nossas hierarquias. Por isso quem almeja postos maiores precisa se empenhar mais. Sociedades complexas têm grandes divisões de tarefas, nós exercemos ao extremo isso. Além das inúmeras profissões, dentro de cada uma delas temos mais milhares de áreas que podemos atuar... e como saber qual é o nosso papel social? Escolhas que poderão determinará nosso sucesso ou nosso fracasso? A razão da nossa existência social. Todo mundo sabe que temos habilidades natas, determinadas geneticamente. São refinamento de determinados órgãos sensoriais ou mesmo facilidade maior para aprender determinadas coisas. Até pouco tempo atrás a inteligência era medida unicamente pelo teste de QI (coeficiente de inteligência) que beneficiava apenas as habilidades lógicas e matemáticas... hoje são reconhecidas outras inteligências como as musicais, cinestésicas, lingüísticas, artísticas, intrapessoais, interpessoais e por ai vai... Logo, o autoconhecimento a respeito de nossas habilidades e competências já é meio caminho andado. Depois de desenvolver uma consciência de nós mesmos, precisamos desenvolver uma consciência social e nos projetarmos nessa sociedade exercendo a função que a mesma necessita. Precisamos ter a percepção da nossa realidade hoje e projetá-la no futuro. Ter consciência do que precisamos apreender, aprimorar, criar para nos colocarmos no lugar necessário para manter nossa espécie viva... Logo, não faz sentido nos programamos para uma função social se ela não existe! Certo?
Mas será que o jovem de hoje é tão imeditatista? Será que não planeja? Não projeta? Não tem expectativas? A própria escolha da profissão, a decisão de continuar o curso já é um planejamento, talvez não tão consciente e nem tão matematicamente planejado, mas é o início. Incentivar o aluno a programar com mais concentração pode ser benéfico pra ele e para sua carreira....
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Olá Marta!!! Andei meausentando justo por estas questões de profissão...quem sou eu...
ResponderExcluirEu quero deixar miha impressão desta semana colocando um aspecto que foi fundamental nesses ultimos dias de minha vida humilde vivência.
Acabei de cancelar um curso de graduação de uma área que tenho paixão por escolher assumir esse papel profissional.
Sou sincera em dizer que no inicio senti um pouco de dificuldade de me reconhcer no meio destes jovens que pensam no imediato. Uma projeção de carreira sefaz com a construção. Um passo a cada dia em direção a um objetivo que devemos reforçar todo dia ao acordarmos e levantarmos da cama para mais um dia de trabalho.
O mais interessante é que saí do curso para assumir uma posição numa carreira que já nem faz mais parte de minha concepção do que é certo e bom pra mim. Resultado: deixei um curso e ganhei experiência.
Nem tudo é como imaginamos ou projetamos. Mesmo sendo seres conscientes somos animais que reagem a estimulos e mesmo que acobertados de sentidos emocionais - que para mim são resposta de estimulos primários de sobrevivência - creio que planejar uma carreira requer antes de tudo, planejamento do conforto mais primário - satisfazer aquelas necessidades básicas da pirâmide do Maslow - mesmo que em uma faculdade, num emprego ou qualquer vislumbre de reforço como seres humanos - antes de qualquer planejamento de objetivos tentem sentirem-se confortáveis na situação em que se encontram. Perguntem-se se estão com fome, se o local em que se encontram satisfaz sua necessidade de conforto para daí sim começar a construir, tijolo por tijolo, consciencia por coasciencia a arte de transcender e satrisfazer seu bem-estar emocional e intelectual.
Obs: larguei o emprego de gerente de e-learning da Petrobrás - que foi o motivo de deixar o curso de psicologia para me dar um ano sabático e reencontrar o que dentro de mim perdeu-se em alguma parte desse caminhar humano.
Bjao Michele